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Há risco de radiação após drone russo atingir abrigo de Chernobyl?

Estrutura atacada protege os restos do reator 4 da antiga usina soviética, onde ocorreu o maior acidente nuclear da história, em 1986

Por Redação Atualizado em 14 fev 2025, 12h54 - Publicado em 14 fev 2025, 12h54

Um drone russo que carregava uma ogiva altamente explosiva atingiu o abrigo que protege os restos do reator 4 da antiga usina de Chernobyl, na Ucrânia, nesta sexta-feira, 14, provocando um incêndio, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. O local foi responsável pelo maior acidente nuclear da história, em 1986, e estava selado por uma proteção de concreto contra a radiação, cuja construção foi concluída em 2017.

Apesar de ter causado danos significativos à estrutura atingida, Zelensky e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão ligado às Nações Unidas, afirmaram que os níveis de radiação não aumentaram e permanecem dentro dos limites normais.

A AIEA informou que não há “indícios de uma violação na contenção interna” da estrutura de concreto atingida pelo drone, conhecida como Novo Confinamento Seguro (NCS).

O que é o NSC?

O Novo Confinamento Seguro é um megaprojeto que faz parte do Plano de Implementação de Abrigos e é apoiado pelo Fundo de Abrigos de Chernobyl. A construção foi projetada com o objetivo principal de confinar os restos do reator 4 por ao menos 100 anos.

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Ele também visa permitir uma demolição parcial do “sarcófago” original, que foi construído às pressas após o desastre de 1986. A parte externa do NCS consiste em uma cobertura protetora, que fica sobre uma pesada camada de concreto. Abaixo fica a contenção interna, que foi feita rapidamente para evitar que mais material radioativo vazasse para o ambiente externo. 

Estima-se que até 95% do material radioativo original permanece dentro das ruínas do edifício do reator, ou seja, dentro do “sarcófago”.

Acidente nuclear

O reator 4 de Chernobyl — perto da fronteira da Ucrânia com Belarus — explodiu em 1986, projetando extensas nuvens de radioatividade pela União Soviética e a Europa. Anos depois, o local foi envolto em um sarcófago de concreto e aço, para selar completamente a radiação.

O abrigo de 35 mil toneladas foi obra de uma coalizão internacional e levou décadas para ser construído, tendo sido concluído em 2017.

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Encoberto pela União Soviética na época, o verdadeiro número de mortes e doenças causadas pelo acidente nuclear só agora está se tornando claro. De acordo com o dado oficial reconhecido internacionalmente, apenas 31 pessoas morreram como resultado imediato de Chernobyl, enquanto a ONU estima que apenas 50 mortes podem ser diretamente atribuídas ao desastre. Já um estudo da Organização Mundial da Saúde de 2006 projetou 9 mil fatalidades relacionadas ao câncer na Ucrânia, Belarus e Rússia.

Mas um estudo publicado por membros da Academia Russa de Ciências indica que das 830 mil pessoas nas equipes de limpeza de Chernobyl, entre 112 mil e 125 mil — cerca de 15% — morreram até 2005. Muitos dos dados foram contestados por cientistas no Ocidente, que questionaram sua validade científica, embora registros da Ucrânia sejam vistos como mais confiáveis.

As autoridades ucranianas informaram que havia 318.988 trabalhadores de limpeza ucranianos no banco de dados de Chernobyl. As taxas de mortalidade entre esses indivíduos dispararam, passando de 3,5 mortes a cada 1.000 habitantes, em 1988, para 17,5 mortes por 1.000 em 2012.

A explosão de Chernobyl colocou 400 vezes mais material radioativo na atmosfera da Terra do que a única bomba atômica lançada em Hiroshima. A resposta ao acidente envolveu mais de meio milhão de funcionários e custou cerca de 18 bilhões de rublos na época (cerca de R$ 295,8 bilhões). Continua sendo o pior desastre nuclear da história, e o desastre mais custoso da história da humanidade, com prejuízo estimado de mais de R$ 3 trilhões.

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Ataques contra a Ucrânia e negociações de paz

Ao todo, na noite de quinta-feira, os militares ucranianos relataram que a Rússia lançou 133 drones na Ucrânia, 73 dos quais foram abatidos em 11 regiões diferentes, cobrindo grande parte do país. Outros 58 não teriam atingido nenhum alvo. Os números estão alinhados com a média recente das últimas ofensivas russas.

O incidente ocorreu horas antes do início da Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, onde o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, deve se reunir com Zelensky. Líderes europeus foram pegos de surpresa pelo anúncio de Donald Trump, que, após conversar por telefone com Vladimir Putin na quarta-feira, declarou as negociações para o fim da guerra na Ucrânia “imediatamente” abertas.

Zelensky concluiu em seu post no X que os ataques contínuos de Moscou contra a infraestrutura ucraniana significam que Putin “definitivamente não está se preparando para negociações — ele está se preparando para continuar enganando o mundo”.

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