Hackers russos atacam WhatsApp de oficiais de governos ao redor do mundo
Invasores ligados ao Serviço Federal de Segurança da Rússia teriam objetivo de roubar dados de alvos específicos com código QR para entrar em grupos

Um grupo de hackers ligado ao governo da Rússia tentou invadir contas do WhatsApp de ministros e funcionários públicos de países que apoiam a Ucrânia, informou a Microsoft Corp na quinta-feira 16.
A estratégia, atribuída ao grupo Star Blizzard, ligado ao Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB), envolveu o envio de e-mails fraudulentos para alvos específicos solicitando que eles entrem em grupos do WhatsApp. De acordo com a Microsoft, os hackers usaram mensagens de phishing – uma prática cibernética destinada a roubar dados pessoais – para enganar as vítimas.
Os e-mails, que aparentam ter sido enviados por um funcionário do governo dos Estados Unidos, incluíam um código QR que supostamente direcionaria os destinatários a iniciativas de assistência à Ucrânia. No entanto, o link permitia que invasores acessassem as contas das vítimas no WhatsApp.
Funcionários do governo na mira
A Microsoft destacou que as vítimas incluíam indivíduos ligados à diplomacia, à política de defesa e à pesquisa internacional, com foco em questões relacionadas à Rússia e à guerra na Ucrânia, embora não tenha confirmado se o roubo de dados foi bem-sucedido.
Autoridades de segurança cibernética dos Estados Unidos e do Reino Unido já haviam relacionado o Star Blizzard ao FSB, apontando sua especialização em criar e-mails falsos que imitam contatos confiáveis das vítimas. O grupo também foi alvo de ações recentes do Departamento de Justiça americano, que derrubou dezenas de sites vinculados aos hackers.
“Em caso de dúvida, entre em contato com a pessoa que você acha que está enviando o e-mail, usando um endereço de e-mail conhecido e que tenha sido utilizado anteriormente, para verificar se a mensagem foi realmente enviada por eles”, recomendou a Microsoft.
O WhatsApp, por sua vez, ressaltou que protege as mensagens com criptografia de ponta a ponta e orientou os usuários a não clicarem em links desconhecidos.