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Hamas diz aceitar proposta de cessar-fogo em Gaza; Israel não se pronuncia

Acordo foi negociado com mediação do Egito e do Catar; aceite ocorre horas depois de o exército israelense indicar iminente invasão da cidade de Rafah

Por Da Redação
Atualizado em 8 Maio 2024, 13h57 - Publicado em 6 Maio 2024, 13h55

O grupo terrorista palestino Hamas afirmou nesta segunda-feira, 6, ter aceitado uma proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza, para interromper a guerra com Israel, que já dura sete meses. O acordo foi negociado com mediação do Egito e do Catar.

A agência de notícias Associated Press reportou que o Catar emitiu um comunicado dizendo que o líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, confirmou a notícia durante um telefonema ao primeiro-ministro do país, Mohammed bin Abdul Rahman Al Thani, e com o chefe da inteligência do Egito, Abbas Kamel.

As duas nações do Oriente Médio têm mediado as negociações entre Israel e o Hamas desde o início da guerra, ao lado dos Estados Unidos.

Israel ainda não se pronunciou sobre o anúncio do Hamas a respeito do cessar-fogo, segundo a Associated Press.

Ofensiva em Rafah

O aceite do acordo de cessar-fogo ocorre horas depois de as Forças de Defesa de Israel (FDI) ordenarem que cerca de 100 mil palestinos deixem Rafah, no sul da Faixa de Gaza, sinalizando que uma esperada invasão terrestre ao local poderia ser iminente.

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A possibilidade de uma operação ampla na cidade, que abriga mais de 1 milhão de pessoas, muitas deslocadas do norte do enclave devido à guerra, gerou uma avalanche de críticas internacionais no último mês pelo risco de um elevado número de mortes de civis – e por complicar ainda mais as negociações com o grupo terrorista palestino Hamas por um cessar-fogo.

O tenente-coronel Nadav Shoshani, um porta-voz do exército, disse que cerca de 100 mil pessoas receberam ordens por meio de panfletos lançados de aviões, mensagens de texto e transmissões de rádio para se encaminharem a uma zona humanitária próxima chamada Muwasi – um campo de refugiados improvisado, criado por Israel, com tendas ao longo da costa.

Reduto do Hamas

O exército de Israel disse em publicação no X, antigo Twitter, que agiria com “força extrema” contra os militantes e instou a população de Rafah a deixar a região imediatamente para sua segurança.

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Segundo o exército israelense, Rafah é o último reduto significativo do Hamas após sete meses de guerra, defendendo que a invasão é necessária para derrotar os terroristas que desencadearam o conflito atual com um ataque a Israel em 7 de outubro do ano passado. Na madrugada desta segunda-feira, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, disse ao secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, que não tinha escolha senão invadir a cidade de Gaza.

Cerca de 1,4 milhões de palestinos – mais de metade da população de Gaza – estão encurralados em Rafah e em seus arredores. A maioria fugiu de suas casas no norte do enclave para escapar dos ataques de Israel, e grande parte habita acampamentos lotados e abrigos das Nações Unidas e dependem das remessas de auxílio internacional para obter alimentos.

Além disso, a passagem de Rafah, no Egito, principal ponto de transferência de ajuda humanitária para Gaza, encontra-se na zona de evacuação. Por enquanto, o posto na fronteira continua aberto, mas não está claro até quando isso será possível.

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Reações

Os aliados mais próximos de Israel, incluindo os Estados Unidos, reiteraram repetidamente que as FDI não deveriam atacar Rafah.

Nesta segunda-feira, a agência das Nações Unidas que atende os refugiados palestinos, a UNWRA, afirmou que não cumpriria a ordem de retirada dos civis. Juliette Touma, diretora de comunicações do órgão, que tem milhares de funcionários na cidade, disse que não tem planos de realizar nenhuma operação para esvaziar a área.

Já Jan Egeland, secretário-geral do Conselho Norueguês para os Refugiados, condenou a ordem de evacuação “forçada e ilegal” e a ideia de que os palestinos deveriam ir para Muwasi. “A área já está sobrecarregada e desprovida de serviços vitais”, justificou.

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