O grupo terrorista palestino Hamas anunciou nesta terça-feira, 6, a escolha de Yahya Sinwar como seu novo líder. Ele preenche o vácuo de poder deixado por Ismail Haniyeh, morto em um ataque com bomba israelense em Teerã, capital do Irã, na semana passada. Conhecido pela proximidade com o Irã, importante financiador de facções islâmicas no Oriente Médio e componente da ala linha-dura dos militantes, Sinwar foi arquiteto dos ataques de 7 de outubro, que somaram 1.200 vítimas israelenses, foram responsáveis pelo sequestro de 250 pessoas e fizeram eclodir a guerra em Gaza.
“O Movimento de Resistência Islâmica Hamas anuncia a escolha do líder Yahya Sinwar como chefe do gabinete político do movimento”, disse o Hamas em comunicado.
Haniyeh vivia no Catar desde 2019, onde recebia um tratamento luxuoso bancado pela monarquia local. Como a “face internacional” do Hamas, seu papel principal era construir relações com os apoiadores do grupo no exterior, em particular no Irã, onde tinha uma casa. Sua morte aumentou o temor internacional de um conflito em maior escala no Oriente Médio.
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Quem é Yahya Sinwar
Ao contrário do seu antecessor, Sinwar nunca deixou a Faixa de Gaza e foi nomeado chefe político do grupo no enclave palestino em 2017, com raras aparições públicas. Nascido em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, ele tornou-se membro do Hamas na década de 1980. Ao todo, passou 23 anos em prisões israelenses, tendo sido libertado em 2011 em acordo de troca de prisioneiros.
O homem de 61 anos foi responsável por fortalecer o braço armado do grupo, as Brigadas Al-Qassam. Após 7 de outubro, conseguiu permanecer fora do radar israelense, apesar da violenta campanha de Tel Aviv em Gaza. Até o momento, quase 40 mil palestinos foram mortos.