Harris e Trump aparecem empatados com 48% dos votos em pesquisa do ‘NYT’
Os dados revelam a tremenda polarização da atual corrida presidencial, a apenas dez dias do dia da eleição
Uma pesquisa do jornal americano The New York Times em parceria com o Sienna College revelou nesta sexta-feira, 25, que a vice-presidente dos Estados Unidos e aspirante democrata à Casa Branca, Kamala Harris, e o candidato republicano Donald Trump estão empatados nas intenções de voto em nível nacional, por 48% a 48%. Os dados revelam a tremenda polarização da atual corrida presidencial, a apenas dez dias do dia da eleição.
O resultado não é bom sinal para Harris. Em eleições recentes, os democratas tiveram vantagem em nível nacional, mesmo quando perderam o Colégio Eleitoral e, portanto, a Casa Branca. Isso porque, nos Estados Unidos, vence a corrida quem obtém mais votos dos chamados delegados, e cada estado americano tem um número de delegados proporcional à sua população. A esperança da campanha, neste ano, era que Harris construísse uma superioridade nacional, o que poderia sinalizar bons resultados em estados-chave como Michigan, Pensilvânia e Wisconsin – os swing states, onde a preferência por democratas e republicanos se alterna.
Eleitorado congelado
O empate persiste mesmo depois de três dos meses mais tumultuados da história política americana. Um debate em que Harris saiu vitoriosa, duas tentativas de assassinato contra Trump, dezenas de comícios nos sete estados-chave e centenas de milhões de dólares gastos em propaganda eleitoral parecem ter feito pouco para mudar a trajetória da corrida.
A última pesquisa do NYT revelou que a preferência por Harris pode ter diminuído desde seu último levantamento, no início de outubro. Na época, ela tinha uma ligeira vantagem (49% a 46%). A mudança está dentro da margem de erro, mas o agregador FiveThirtyEight, que faz uma média nacional de pesquisas, também registrou um aperto da margem nas últimas semanas: no início de outubro, ela estava à frente de Trump por 48,5% a 45,7%; agora, caiu para 48,1% a 46,4%. Isso sugere que esta disputa ficou ainda mais acirrada.
Embora as pesquisas nacionais traduzam o sentimento geral de polarização, a eleição presidencial será decidida nos sete swing states mais relevantes do ano — Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia, Wisconsin —, onde a disputa está igualmente acirrada.
As pesquisas dos últimos três meses, desde que Harris entrou na corrida após a desistência do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, revelam não apenas um eleitorado polarizado, mas congelado. Em julho, ela tinha 46% das intenções de voto, e agora tem 48%. Já Trump tinha 47%, agora tem 48%.
Vantagens de Trump
Para além do empate em nível nacional e nos swing states, há esperança de vitória para ambos candidatos por vários motivos. Para Trump, a vantagem está na questão da imigração: 15% dos entrevistados disseram que este é o principal ponto da corrida (3 pontos a mais que no início do mês), e eles deram 11 pontos de vantagem para o republicano em relação a Harris, afirmando que ele era a melhor pessoa para lidar com o problema.
Os eleitores continuam pessimistas sobre a direção do país, uma medida que, historicamente, é sinal de perigo para o partido que está no poder. Apenas 28% dos entrevistados disseram que os Estados Unidos estão caminhando na direção certa.
A porcentagem de americanos que consideram Trump, aos 78 anos, velho demais para ser presidente permaneceu em 41%, inalterada desde julho, mesmo após uma série de discursos de campanha difusos e um debate em que Harris foi capaz de lhe tirar do sério.
Vantagens de Harris
Por outro lado, a pesquisa incluiu alguns sinais positivos para Harris. Na gestão da economia, que continua sendo a principal questão para os eleitores, ela reduziu a vantagem de Trump de 13 pontos percentuais no mês passado para apenas seis. A democrata também tem superioridade de 16 pontos sobre o rival quando o tema é política de aborto.
Além disso, ela ainda tem espaço para crescer. Cerca de 15% dos eleitores se descreveram como indecisos, e ela está à frente de Trump entre esse grupo, por 42% a 32%. Duas semanas atrás, era ele quem tinha uma pequena vantagem com os americanos que ainda precisavam ser persuadidos, por 36% a 35%.
Dos mais de 20 milhões de americanos que já votaram antecipadamente, 59% disseram ter escolhido Harris e 40%, Trump. Isso é consistente com a vantagem histórica dos democratas nos votos antecipados e pelo correio – embora haja sinais neste ano de que os republicanos, ao contrário de 2020, também estão comparecendo em peso nas duas modalidades.