Harry diz que processou tabloides para reduzir ‘ódio’ contra Meghan
O príncipe testemunhou em processo contra o conglomerado de mídia Mirror Group, que supostamente hackeou telefones para obter informações sobre ele
Após dois dias de interrogatório, o príncipe Harry concluiu nesta quarta-feira, 7, o seu depoimento à Suprema Corte britânica, em Londres. O membro da realeza processa o conglomerado de tabloides Mirror Group Newspapers (MGN) por supostamente hackear telefones para obter informações sobre ele, o que a empresa nega.
Segundo o príncipe, o principal motivo de ter processado o Mirror Group seria o frequente assédio da mídia contra a sua esposa, Meghan. O casal abriu, ainda, diversas ações contra veículos de comunicação do Reino Unido e dos Estados Unidos desde 2019, incluindo o News Group Newspapers (NGN) do poderoso Rupert Murdoch.
O duque de Sussex destacou, ainda, que desejava responsabilizar a empresa, porque não poderia confiar na equipe jurídica da instituição.
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“Acho que foi uma decisão sobre como, de alguma forma, encontrar uma maneira de parar o assédio, a intrusão e o ódio contra mim e minha esposa, e ver se havia um curso de ação diferente, em vez do que confiar nos advogados da instituição”, afirmou o Duque de Sussex.
Ao longo do testemunho, que se estendeu por nove horas no total, Harry foi interrogado sobre as suas reações aos possíveis resultados do julgamento. O advogado do Mirror Group, Andrew Green, perguntou se ele se sentiria “aliviado” ou “desapontado” caso o tribunal deliberasse que a empresa não praticou espionagem.
“Acredito que o hackeamento de telefones ocorria em escala industrial”, reforçou Harry. “Uma vez que o Mirror Group aceitou hackear [telefones], eu sentiria alguma injustiça [se o desfecho não indicasse isso]”.
O duque alegou que “telefones descartáveis” teriam sido utilizados por jornalistas do conglomerado, e Green ressaltou que não havia provas disso, ao contrário do caso contra contra a empresa midiática de Murdoch.
Para Harry, contudo, a ausência de um número elevado de registros “absolutamente não inocenta” o Mirror Group. Ele alegou que provas teriam sido “destruídas” e que os envolvidos “teriam feito de tudo para encobrir seus rastros”.
Descrevendo o que chamou de constante desrespeito dos tabloides britânicos durante sua vida, o membro da família real citou o caso do término do seu relacionamento com a empresária Chelsy Davy, em 2007. Ele disse que um artigo da época, com a manchete “Hooray Harry Dumped” (Viva! Harry abandonado”, em tradução livre), teria “comemorado” o fim do namoro.
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“Foi doloroso, para dizer o mínimo”, afirmou, “que um momento tão privado tenha se transformado em uma piada”.
Harry declarou, ainda, que o grau de vigilância ao qual foi submetido era difícil de lidar e informou que existe a possibilidade de que ele estava sendo monitorado “diariamente”.
Ao final do depoimento, seu advogado, David Sherborne, disse que o duque “teve que responder a perguntas sabendo que este é um tribunal muito público e que a mídia mundial está assistindo” e questionou como Harry se sentia sobre isso. Aparentemente emocionado, ele desabafou que era “coisa demais para lidar”.