Um júri de Manhattan indiciou nesta quinta-feira, 12, Harvey Weinstein, ex-produtor de Hollywood que está no centro dos escândalos que deram origem ao movimento #MeToo, por novas acusações de crimes sexuais.
As acusações permanecerão em sigilo até seu novo julgamento, provisoriamente agendado para novembro. No entanto, promotores revelaram em uma audiência judicial recente que o caso poderia envolver acusações de agressão sexual de três mulheres que teriam acontecido na década de 2000, segundo o escritório do promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg.
Sem identificar as mulheres, os promotores descreveram suas acusações. Duas agressões sexuais teriam acontecido em hotéis no bairro de Tribeca, em Nova York, nos anos de 2006 e 2016, enquanto a terceira supostamente ocorreu em Manhattan durante os meses do inverno entre 2005 e 2006.
O juiz Curtis Farber ainda vai decidir se os casos farão parte de um só julgamento, enquanto a defesa de Weinstein se opõe à medida.
Neste domingo, 8, Weinstein, de 72 anos, foi levado às presas ao Hospital Bellevue, em Nova York, onde passou por uma cirurgia cardíaca de emergência. O magnata do cinema ainda está se recuperando do procedimento e não compareceu à audiência de quinta-feira.
Espera-se que Weinstein compareça ao tribunal de Manhattan para uma audiência marcada para a próxima quarta-feira, 18, quando sua situação de saúde será discutida.
Condenações anteriores
Weinstein foi condenado a 23 anos de prisão em 2020 após ser acusado de múltiplas agressões sexuais que impulsionaram o movimento #MeToo, mas sua sentença foi anulada em abril, quando um apelo de sua defesa foi acatado pelo Tribunal de Apelação do estado com aprovação de quatro votos contra três.
No entanto, o co-fundador da produtora de entretenimento Miramax permanece preso graças ao veredito obtido em 2022 pela Justiça californiana, que o condenou a 16 anos de prisão pelo estupro de uma modelo italiana. Sua defesa registrou uma apelação contra o veredito em junho, motivada pelo sucesso obtido em Nova York.
Segundo os advogados Jennifer Bonjean e Michael J Freedman, Weistein teria sido prejudicado pela falta de imparcialidade de um júri “influenciado pela notícia de que o réu havia sido condenado por estupro em outro estado, prova que jamais foi apresentada ao tribunal”.