Ataques a mesquitas deixam ao menos 49 mortos na Nova Zelândia
Autoridades locais informaram que também há 48 pessoas feridas; três homens e uma mulher foram detidos após disparos durante cultos
Ao menos duas mesquitas na cidade de Christchurch, a terceira mais populosa da Nova Zelândia, foram alvos de ataques simultâneos a tiros nesta sexta-feira, 15 (noite de quinta no Brasil). O comissário de polícia do país, Mike Bush, declarou que foram contabilizadas 49 mortes. Outras 48 pessoas ficaram feridas.
“Esse é um dos dias mais sombrios da história do país. Esse tipo de violência não tem lugar na Nova Zelândia, é um ato sem precedentes”, disse Jacinda Ardern, a primeira-ministra neozelandesa, em coletiva de imprensa.
Os atentados ocorreram por volta das 13h40, no lorário local, atingindo as mesquitas de Masjid Al Noor (onde morreram 41 das 49 vítimas) e Linwood. Um dos ataques foi parcialmente transmitido ao vivo pelo Facebook de um dos atiradores. A polícia neozelandesa determinou a remoção do vídeo do perfil que o publicou na rede social, mas as imagens acabaram se espalhando. Ao longo de 17 minutos, elas mostram um indivíduo vestido de preto se dirigindo a um das mesquitas e abrindo fogo com um rifle semiautomático.
Em outra postagem, feita antes do atentado, uma conta que supostamente pertence a um dos executores publicou um manifesto de 87 páginas com conteúdo supremacista branco, antimuçulmano e anti-imigrantes.
Horas após as ocorrência, a polícia local informou que três homens e uma mulher foram detidos. Posteriormente, a informação foi corrigida e o número de presos caiu para três. Ao menos um deles é de nacionalidade australiana. Não está descartado que outros envolvidos estejam foragidos. Todas as mesquitas da Nova Zelândia foram fechadas por tempo indeterminado durante as buscas, assim como as escolas de Christchurch.
Policiais declararam ainda que desativaram um número não divulgado de bombas instaladas em carros próximos das mesquitas. As autoridades bloquearam o centro da cidade por horas e pediram à população que permanecesse em casa.
Um porta-voz da comunidade muçulmana da Nova Zelândia, Mustafa Farouk, declarou que entre 300 e 500 pessoas estavam reunidas em Masjid Al Noor, a maior das mesquitas atingidas.
De acordo com uma testemunha, um dos agressores usava um capacete, óculos e uma jaqueta militar, e utilizou uma arma automática com a qual realizou vários disparos.
Entre os fiéis que encontravam-se em uma das mesquitas, estavam vários membros do equipe de críquete de Bangladesh, que tinha programada a disputa de um jogo, amanhã, contra a Nova Zelândia.
(Com EFE)