Rob Farbman, vice-presidente da Edison Research, respeitada empresa do ramo de pesquisas responsável por realizar uma boca de urna nas eleições venezuelanas, afirmou em entrevista à rádio colombiana La FM, nesta segunda-feira, 29, que houve “muita fraude” na eleição da Venezuela para que fosse possível consagrar a vitória do atual presidente, Nicolás Maduro.
Após as eleições presidenciais, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Maduro nesta segunda-feira como vencedor da disputa, com 51,2% dos votos, contra 44,2% do principal candidato da oposição, Edmundo González. No entanto, a pesquisa da empresa destacou um panorama diametralmente oposto: cerca de 65% dos venezuelanos teriam votado no opositor, enquanto apenas 31% apoiaram o atual mandatário.
Edison Research Exit Poll projects opposition candidate Edmundo González will defeat Nicolás Maduro in landslide win to become the next President of Venezuela @edisonresearch #electionVE2024 #exitpoll pic.twitter.com/ogA7BgQimn
— Rob Farbman (@rob_farbman) July 28, 2024
“Estou totalmente decepcionado, mas estava esperando que isso acontecesse. Previmos algo muito diferente, já que as pesquisas de boca de urna eram completamente diferentes e mostravam uma vitória de Edmundo González. Portanto, há muita fraude para conseguir chegar aos resultados apresentados nesta manhã”, disse Farbman à rádio colombiana.
O representante da empresa afirmou que a boca de urna entrevistou 8 mil pessoas em 100 localidades diferentes. A mesma amostra de estudo é feita em outros países, incluindo os Estados Unidos, para mostrar “quem ganha e quem perde”.
“A nossa pesquisa mostra uma diferença maior do que 30 pontos entre Maduro e González. Os resultados não diferiam de acordo com nenhuma das diferentes localizações geográficas, nem de acordo com diferentes níveis de ensino. De fato, houve uma grande vantagem de González. Realmente não havia dúvidas em nossas pesquisas”, enfatizou.
Farbman acrescentou que é difícil provar que houve roubo nas eleições, apesar de defender que, estaticamente, não há como os resultados oficiais mostrarem uma diferença tão grande quanto a apresentada. O vice-presidente da Edison Research também garantiu que esta é a primeira vez que uma divergência desse tamanho acontece em uma pesquisa da empresa.
“Isso é sem precedentes. Nunca tivemos tanta divergência entre as pesquisas de boca de urna e os resultados oficiais”, observou. “O mesmo procedimento foi feito em países desde o Azerbaijão até os resultados eleitorais em diferentes estados dos Estados Unidos”, acrescentou o responsável.