O primeiro-ministro da húngaro, Viktor Orban, reconheceu nesta terça-feira, 18, diante do chefe de governo de Israel, Benjamin Netanyahu, que a Hungria cometeu um pecado ao colaborar com o regime nazista da Alemanha na Segunda Guerra Mundial ao invés de cumprir com seus deveres morais de defender os judeus do país.
“A Hungria cometeu um erro, e mais, um pecado, quando não defendeu seus cidadãos judeus”, garantiu Orban em um breve comparecimento à imprensa ao lado de seu convidado, o chefe de governo de Israel, depois que ambos mantiveram uma reunião a portas fechadas em Budapeste.
“Não cumprimos essa demanda moral. Isto não acontecerá nunca mais”, disse o chefe de governo húngaro.
Durante a Segunda Guerra Mundial, os nazistas, apoiados por seus aliados húngaros do Partido da Cruz Flechada, deportaram e assassinaram mais de 400 mil judeus. No campo de concentração de Auschwitz, uma de cada três vítimas era de nacionalidade húngara.
A atual comunidade judaica da Hungria, formada por aproximadamente 100 mil pessoas, é uma das maiores da União Europeia (UE), atrás apenas das de França, Reino Unido e Alemanha.
Orban também destacou hoje que “é preciso frear o antissemitismo na UE” e assegurou que seu governo garante a segurança dos judeus no país.
As palavras de Orban chegam depois da recente polêmica suscitada por uma campanha de seu governo contra o magnata húngaro-americano George Soros, que tem origem judaica.
A maior organização judaica da Hungria, a Mazsihisz, advertiu que os cartazes da campanha, nos quais há uma foto de Soros, “poderiam gerar antissemitismo”.
Netanyahu chegou ontem a Budapeste acompanhado de sua esposa, Sara, e de uma delegação de seu país. É a primeira visita oficial de um chefe de Estado de Israel à Hungria desde a queda do comunismo em 1989.
(Com EFE)