Relâmpago: Digital Completo a partir R$ 5,99

Hungria vota para proibir permanentemente eventos LGBTQ+ no país

Medida foi apresentada pelo partido do premiê Viktor Orbán, que alega estar protegendo as crianças do que chamou de 'propaganda sexual'

Por Sara Salbert Atualizado em 14 abr 2025, 09h42 - Publicado em 14 abr 2025, 09h41

O Parlamento da Hungria está se preparando para votar uma polêmica emenda constitucional nesta segunda-feira, 14, que visa tornar permanente a proibição de eventos públicos realizados por comunidades LGBTQIA+ no país. 

A medida é mais um passo na ofensiva do governo do primeiro-ministro Viktor Orbán contra os direitos desses grupos, e ocorre em meio a um cenário de repressão crescente à oposição e à mídia independente, com eleições se aproximando no país.

Entre os principais pontos da emenda está a institucionalização da recente proibição de eventos do Orgulho LGBTQ+, permitindo o uso de tecnologia de reconhecimento facial para identificar participantes e aplicar sanções.

A medida também passa a reconhecer constitucionalmente apenas dois sexos, o que pode afetar o reconhecimento legal de identidades de gênero diversas.

A emenda ainda prevê a possibilidade de suspensão temporária da cidadania húngara de cidadãos com dupla nacionalidade considerados ameaças à segurança ou soberania nacional — uma resposta às acusações do governo sobre interferência estrangeira.

Continua após a publicidade

Grupos de defesa dos direitos humanos como o Comitê Húngaro de Helsinque (HHC, na sigla em inglês) e a Anistia Internacional denunciaram que a proposta busca “legislar o medo” e enfraquecer ainda mais os direitos humanos no país. “Essas leis representam uma escalada significativa nos esforços do governo para reprimir a dissidência, enfraquecer a proteção dos direitos humanos e consolidar seu poder”, escreveu o HHC em um comunicado.

O governo, por sua vez, argumenta que as mudanças visam resguardar o “desenvolvimento físico, mental e moral das crianças” e protegê-las do que eles descrevem como “propaganda sexual”.

O partido de oposição Momentum convocou protestos em frente ao Parlamento para tentar barrar a votação, alegando que Orbán está conduzindo o país por um caminho autoritário.

Continua após a publicidade

Repressão redobrada

A votação da emenda ocorre quase um mês após o Parlamento aprovar em tempo recorde uma lei que proíbe a Parada do Orgulho Gay na Hungria.  Quem descumprir a medida poderá ser multado em até 200 mil florins húngaros (cerca de R$ 3.120).

O primeiro-ministro, que ascendeu ao poder em 2010 com uma plataforma nacionalista e ultraconservadora, já havia declarado que “a Parada do Orgulho nem deveria perder tempo tentando organizar o evento este ano”.

No entanto, mesmo diante das proibições, os organizadores da Budapest Pride o maior evento LGBTQ+ anual da Hungria — afirmaram que manterão a marcha deste ano, prevista para 28 de junho. “Isso não é proteção infantil, é fascismo”, disseram em nota.

Nos últimos meses, Orbán impôs novas restrições ao financiamento de ONGs e veículos independentes por entidades estrangeiras, intensificou sua retórica contra minorias sexuais e preparou o terreno para as eleições do próximo ano, quando enfrentará um novo partido de oposição em ascensão.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.