Igreja Católica em Illinois ocultou nomes de 500 padres acusados de abusos
Quase 75% das acusações no estado ou foram consideradas não críveis ou não foram investigadas
A Igreja Católica do Estado de Illinois, nos Estados Unidos, ocultou os nomes de 500 padres acusados de abusos sexuais, segundo denunciaram na quarta-feira 19 as autoridades locais.
A procuradora-geral de Illinois, Lisa Madigan, afirmou em um relatório que a Igreja Católica no estado recebeu denúncias contra 690 párocos, das quais apenas 185 foram consideradas críveis e seus nomes divulgados.
Quase 75% das acusações ou foram consideradas não críveis por haver só uma vítima denunciante ou não foram investigadas.
De acordo com as investigações, alguns casos foram deixados de lado, porque os padres envolvidos foram realocados, morreram ou pertenciam a outras ordens como a jesuíta, marista ou franciscana.
Segundo Madigan, “o abuso sexual do clero a menores em Illinois é significativamente mais extenso do que as dioceses de Illinois reconheceram”.
No seu relatório, a procuradora conclui que as dioceses católicas do estado americano são incapazes de investigar a si mesmas e que “não solucionarão sozinhas a crise de abusos sexuais do seu clero”.
O caso foi divulgado depois de vários outros no país. O de maior repercussão aconteceu na Pensilvânia, onde 300 padres pedófilos foram acusados de abusos contra mais de 1.000 vítimas menores de idade.
As alegações também atingiram com especial virulência as arquidioceses de Boston e de Nova York, cujo cardeal, Timothy Dolan, teve que depor em 2013 dentro de investigações de abusos sexuais atribuídos a sacerdotes.
Em 2007, a Igreja Católica americana indenizou com 660 milhões de dólares mais de 500 vítimas de abuso, após alcançar um acordo extrajudicial.
(Com EFE)