Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

Imagem da semana: o piscinão de Wuhan

Aglomerados e sem máscara, dezenas de milhares de jovens curtiram um festival de música tecno dentro d'água

Por Ernesto Neves Atualizado em 4 jun 2024, 15h38 - Publicado em 21 ago 2020, 06h00

A fotografia ao lado parece ter sido feita em um dia qualquer da vida como era antes da pandemia, lá atrás. Aglomerados e sem máscara, dezenas de milhares de jovens curtem um festival de música tecno dentro de uma imensa piscina. A separá-los, boias de borracha e nada mais. Mas não, a imagem não é antiga — foi feita no sábado 15, no Maya Beach Water Park, em Wuhan, na China, o epicentro da disseminação do novo coronavírus. Primeira cidade a implementar as medidas de isolamento social, Wuhan teve 76 dias de quarentena rigorosíssima entre janeiro e abril. Com 11 milhões de habitantes, seu perímetro urbano foi totalmente isolado do resto da China e 90% da população foi testada. Deu certo, pelo jeito. Desde maio não há registro de casos da doença. Debruçadas em estatística confiável, as autoridades puderam determinar descompressão quase total, incluindo a normalização dos serviços de transporte público, entretenimento, comércio e turismo. Não há mais sequer restrição para multidões, como se vê. Tudo muito saudável, e esperançoso, para o resto do mundo — mas a megafesta de Wuhan sofreu críticas severas nas redes sociais, em evidente processo de “cancelamento”. Para renomados epidemiologistas, mesmo que o rigor de controle, debaixo da sanha autoritária chinesa, tenha livrado os cidadãos da circulação do vírus, basta um forasteiro infectado para introduzi-lo de volta ao ambiente. Foi o que aconteceu, por exemplo, na Nova Zelândia, que não teve contágio doméstico por noventa dias, mas agora enfrenta uma ressurgência da síndrome. A OMS, porém, evitou condenar a farra. “Não devemos culpar as pessoas por quererem viver sua vida”, disse a epidemiologista Maria van Kerkhove, do Programa de Emergência em Saúde da entidade. “Só precisamos ter a certeza de que a informação está chegando, principalmente aos jovens e às crianças. Eles não são invencíveis.” Depois de período tão difícil, Wuhan merece realmente festejar. Mas é de bom-tom manter a prudência.

Publicado em VEJA de 26 de agosto de 2020, edição nº 2701

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 9,98 por revista)

a partir de 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.