O presidente Gabriel Boric afirmou em transmissão na noite deste sábado, 3, que os incêndios florestais que atingem o Chile causaram, até o momento, 46 mortes. O balanço ainda é preliminar. Diante da gravidade da situação, que afeta o centro-sul do país, principalmente a região de Valparaíso, ele declarou estado de emergência. O governo chileno implementou toques de recolher para ajudar nas ações de evacuação de regiões em risco, tendo em vista que os alguns dos focos estão próximos a áreas urbanas.
“Tenho a confirmação de que, até o momento, há o registro 40 pessoas mortas pelos incêndios e outras seis em hospitais em função das queimaduras. Quero ser muito cuidadoso com este número, porque, dada as condições da tragédia, o número de vítimas vai aumentar nas próximas horas”, afirmou.
Boric anunciou a declaração de emergência no fim da noite desta sexta-feira, 2, “para ter todos os recursos necessários” e informou que “a situação dos incêndios florestais é muito difícil devido às temperaturas e aos ventos”.
Ele sobrevoou a área afetada no início desta tarde e disse que o governo vai atuar para que a região de Valparaíso possa se reerguer após os danos causados pelas chamas.
Em coletiva neste sábado, 3, a ministra do Interior Carolina Tohá informou que o país contabilizava 92 incêndios ativos, dos quais 29 estavam em combate e 40 tinham sido controlados. As chamas destruíram entre 30 mil e 43 mil hectares.
Mais cedo, o balanço preliminar indicava 19 vítimas fatais. “O número de mortos é muito provisórios. Até o momento, 19 pessoas morreram e 15 já estão identificadas. Todas são da mesma localidade, mas há indícios de que podemos ter mais pessoas falecidas”, disse.
Toque de recolher
Região turística, Valparaíso está entre as mais afetadas e, por isso, foi determinado que atividades culturais, esportivas e com potencial para gerar aglomerações sejam suspensas. O toque de recolher foi implementado nesta manhã nas províncias de Viña del Mar, Limache, Quilpué e Villa Alemana, mas o governo tem reforçado que a população deixe suas casas, levando itens essenciais e animais de estimação, caso ouçam os alarmes de evacuação.
“Neste momento, a maior preocupação é porque alguns desses incêndios estão muito perto de zonas urbanas, com potencial de afetar pessoas”, afirmou Carolina.
Uma força-tarefa foi formada para combater os focos de incêndio e mobilizam mais de 200 brigadistas. Segundo a ministra, 450 bombeiros foram convocados para reforçar as ações e 61 carros adicionais com voluntários foram deslocados para os pontos críticos. Mais de 20 caminhões-tanque foram deslocadas para municípios afetados.