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Índia é o país mais perigoso do mundo para as mulheres

Afeganistão, Síria, Somália e Arábia Saudita estão entre as cinco nações de maior riscos baseados em gênero, conforme pesquisa da Fundação Thomson Reuters

Por Da Redação
Atualizado em 17 dez 2018, 16h55 - Publicado em 27 jun 2018, 16h10
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  • Estudantes indianas participam das celebrações do festival Teej, em colégio para mulheres na cidade de Amritsar
    Estudantes indianas participam das celebrações do festival Teej, em colégio para mulheres na cidade de Amritsar: riscos para a saúde e a vida. (Narinder Nanu/AFP/VEJA)

    A Índia é o país mais perigoso do mundo para mulheres, ameaçadas pelo alto risco de sofrerem violência sexual e de serem forçadas ao trabalho escravo. A constatação é de uma pesquisa com 550 especialistas em questões da mulher realizada pela Fundação Thomson Reuters. O Afeganistão e a Síria, países submersos em guerra, são segundo e terceiro colocados no ranking. Em seguida, estão a Somália e a Arábia Saudita.

    “Que paradoxo terrível um país que tem feito tanto nas últimas décadas para empoderar as mulheres, por meio do progresso econômico, da educação, da mobilidade social e de oportunidades de emprego, ser ao mesmo tempo percebido como um país onde as mulheres arriscam todos os dias a saúde e a vida e onde a violência baseada no gênero atingiu proporções de pandemia”, escreveu Monique Villa, presidente da Thomson Reuters Foundation, em artigo sobre a posição da Índia na pesquisa para o jornal Hindustan Times.

    Em 2011, pesquisa similar apontou a Índia em quarto lugar. A lista tinha o Afeganistão como campeão, seguido pela República Democrática do Congo e pelo Paquistão. O deslocamento da Índia para a primeira posição, em 2018, mostra que as medidas adotadas pelo governo para prevenir a violência contra as mulheres e punir os agressores não foram suficientes. Dados oficiais apontam  que os crimes contra as mulheres aumentaram 83% entre 2007 e 2016, quando chegou-se à estimativa de quatro estupros por hora no país.

    No ano seguinte, o mundo todo ficou chocado com o caso do estupro coletivo e tortura de uma estudante de 23 anos em um ônibus de Nova Délhi. A jovem Jyoti Singh Pandey morreu em decorrência das agressões. Na época, o combate à violência contra a mulher tornou-se prioridade do governo indiano.

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    “A Índia tem mostrado uma extrema desatenção e desrespeito às mulheres. Estupros, estupros pelos maridos, ataques e abusos sexuais e infanticídios de meninas não têm diminuído”, afirmou Manjunath Gangadhara, do governo do Estado de Karnataka. “A economia que cresce mais rapidamente no mundo e que lidera os segmentos espacial e tecnológico é envergonhada pela violência contra a mulher.”

    O Ministério para Mulheres e Desenvolvimento da Criança da Índia não quis comentar a pesquisa. A Comissão Nacional para a Mulher “disse não serem os resultados representativos de um país” com 1,3 bilhão de habitantes.

    No início deste ano, a Índia  adotou a pena de morte para os condenados pelo estupro e morte de uma menina muçulmana de 12 anos no Estado de Jammu e Cashemira. O governo também aumentou as penas de prisão para casos de estupro a mulheres mais velhas.

    Segundo no ranking, o Afeganistão também aparece entre os piores países em questões de assistência médica às mulheres e de violência relacionada ao conflito. O ministro afegão de Saúde Pública, Ferozuddin Feroz, disse que a piora da situação de segurança tornou a vida mais difícil para as mulheres no país, onde os militantes do Talibã dominam vastas áreas.

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    As afegãs enfrentam, além da violência baseada em gênero e do abuso sexual, o analfabetismo, a pobreza e outras violações dos direitos humanos. “Hoje, os ataques suicidas e o conflito armado são a terceira maior causa de mortes e de ferimentos graves no Afeganistão”, afirmou o ministro. “Em vez de focarmos nossas despesas em saúde materna e na nutrição, nós gastamos com o tratamento de traumas.”

    Os sete anos de guerra civil na Síria, terceira colocada no ranking, aumentaram as preocupações dos especialistas com o acesso das mulheres à assistência médica e com as diferentes formas de violência, entre as quais a sexual.

    “As forças do governo cometem violência sexual. Os casos de violência doméstica e de casamento de meninas estão crescendo, e mais mulheres estão morrendo no parto. Essa tragédia está longe de acabar”, afirmou Maria Al Abdeh, diretora-executiva da organização não-governamental Mulheres Agora para o Desenvolvimento.

    A pesquisa com os 550 especialistas baseou-se em na pergunta sobre quais seriam os cinco dos 193 países das Nações Unidas mais perigosos para as mulheres e qual o país foi o pior em termos de assistência médica, recursos econômicos, práticas culturais ou tradicionais, violência e abuso sexual, violência não-sexual e tráfico humano.

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    (Com Reuters)

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