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Índia responsabiliza Paquistão por ataque mortal na Caxemira

Atentado agrava tensão na fronteira entre os dois países

Por Ernesto Neves Atualizado em 23 abr 2025, 18h39 - Publicado em 23 abr 2025, 18h34

A Índia acusou o Paquistão de ser responsável por um ataque terrorista que matou 26 pessoas na Caxemira indiana, um incidente que agravou as tensões diplomáticas e resultou na suspensão de um tratado crucial de compartilhamento de água, que resistiu a duas guerras entre os dois países com armas nucleares.

O ataque, ocorrido na terça-feira, envolveu disparos contra turistas em um vale pitoresco cercado por montanhas e foi o pior em anos contra civis na região, disputada por ambos os países.

Além das 26 vítimas fatais, outras 17 pessoas ficaram feridas. Os atiradores permanecem desconhecidos.

Em coletiva de imprensa, o secretário de Relações Exteriores da Índia, Vikram Misri, anunciou medidas diplomáticas contra o Paquistão, afirmando que uma reunião especial de gabinete convocada pelo primeiro-ministro Narendra Modi concluiu que o ataque tinha vínculos “transfronteiriços” com o Paquistão, embora o governo indiano não tenha apresentado evidências concretas.

O Paquistão, por sua vez, afirmou que responderia com mais detalhes às ações da Índia na quinta-feira.

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Enquanto isso, o ministro da Defesa paquistanês, Khawaja Mohammad, acusou a Índia de usar o ataque como pretexto para rejeitar um tratado de longa data que visa evitar conflitos relacionados ao compartilhamento de água.

Na quarta-feira, a Índia anunciou a suspensão do Tratado das Águas do Indo, exigindo que o Paquistão cesse “de forma crível e irrevogável” seu apoio ao terrorismo transfronteiriço.

O secretário de Relações Exteriores indiano, Vikram Misri, informou que como parte das medidas diplomáticas, vários diplomatas paquistaneses foram convocados a deixar o país, enquanto diplomatas indianos foram chamados de volta do Paquistão, reduzindo o número de representantes de ambos os países de 55 para 30.

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Além disso, a fronteira terrestre principal entre os dois países foi fechada.

Em resposta, o Ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Ishaq Dar, afirmou que o país tomaria uma posição mais detalhada após uma reunião de alto nível presidida pelo Primeiro-Ministro Shehbaz Sharif, marcada para quinta-feira.

Assinado em 1960 e mediado pelo Banco Mundial, o Tratado das Águas do Indo regula o uso compartilhado de um sistema fluvial crucial para a agricultura do Paquistão. O acordo resistiu a duas guerras entre os países, em 1965 e 1971, e a um conflito significativo em 1999.

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Enquanto isso, as forças indianas lançaram uma operação de busca pelos responsáveis pelo ataque de terça-feira, que matou 26 pessoas.

Dezenas de milhares de soldados e policiais foram mobilizados para a região, estabelecendo novos postos de controle, fazendo revistas e usando helicópteros para vasculhar as montanhas.

Em algumas áreas, ex-militantes foram convocados para prestar depoimento. Como forma de protesto pelos assassinatos, muitas lojas e estabelecimentos comerciais na Caxemira fecharam suas portas.

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O ataque foi classificado pelas autoridades indianas como um “ato terrorista”, e a polícia responsabilizou militantes que se opõem ao domínio da Índia na região.

O Ministro da Defesa, Rajnath Singh, assegurou que as autoridades não só rastreariam os autores do ataque, mas também aqueles que conspiraram para executá-lo.

O grupo militante Resistência da Caxemira, até então desconhecido, assumiu a autoria do ataque, alegando que os alvos não eram turistas comuns, mas sim pessoas ligadas a agências de segurança indianas. No entanto, a autenticidade dessa alegação não pôde ser verificada.

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Recentemente, o governo local da Caxemira informou que, nos últimos dois anos, 83.742 indianos foram autorizados a comprar terras e propriedades na região.

As vítimas do ataque, na maioria turistas, foram alvejadas enquanto se encontravam em um vale turístico, uma área popular pela sua beleza natural e cercada por montanhas.

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