Indicado de Trump para chefiar fronteiras é acusado de encobrir morte de migrante
Vítima morreu após ter sido espancada e eletrocutada por agentes da ICE, a polícia de imigração dos EUA, que se preparavam para deportar homem

O indicado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para liderar a Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP), Rodney Scott, foi acusado por um antigo funcionário da agência de acobertar a morte de um homem detido enquanto tentava entrar nos Estados Unidos pelo México.
Em uma carta obtida pelo jornal britânico The Guardian, o ex-comissário adjunto do Gabinete de Assuntos Internos da CBP, James Wong, pediu ao Comitê de Finanças do Senado que rejeitasse a nomeação de Rodney Scott, alegando que ele supervisionou um “encobrimento” dos responsáveis pela morte de um migrante durante as investigações.
Anastasio Hernández Rojas foi morto na cidade de San Diego em 2010, após ter sido espancado e eletrocutado por agentes da CBP que se preparavam para deportá-lo.
Wong afirma que a CIT utilizou de forma ilegal uma intimação administrativa para obter registros médicos da vítima, com o objetivo de controlar a narrativa pública do caso.
“Em virtude de sua posição, o Sr. Scott teria supervisionado todas as operações do CIT no caso, e todas as informações do CIT teriam sido filtradas por ele para a sede do CBP”, escreveu Wong na carta. “Isto não foi uma investigação, foi um acobertamento — supervisionado pelo Sr. Scott. Este abuso de poder o desqualifica para liderar uma das maiores agências de segurança pública do país.”
A Comissão de Finanças do Senado analisará a nomeação de Scott na quarta-feira. Como comissário da CBP, Scott lideraria uma das maiores agências federais de aplicação da lei, que abrange a patrulha de fronteira e administra os portos de entrada nos EUA.
Quem é Rodney Scott?
Veterano da Patrulha de Fronteira, Scott defende políticas rígidas de imigração e foi favorável à promessa de Trump de construir um muro na fronteira com o México. Durante o governo Biden, ele foi forçado a deixar o cargo após se opor à suspensão do uso de termos como “alienígena ilegal”.
Ele também foi associado a um grupo privado no Facebook onde agentes da fronteira compartilhavam conteúdos ofensivos e racistas, inclusive imagens de imigrantes mortos. Scott justificou sua participação afirmando que queria acompanhar o que seus colegas discutiam.