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Inquérito da ONU acusa Israel de ‘crime de guerra’ e ‘extermínio’ em Gaza

Conclusão foi anunciada pela ex-alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, antes da divulgação do relatório completo

Por Da Redação
11 out 2024, 09h33

Investigadores das Nações Unidas acusaram Israel de executar uma “política acordada” de destruir o sistema de saúde em Gaza durante seu conflito de um ano com o Hamas, em ataques que “constituem crimes de guerra, assassinato intencional, maus tratos e crime de extermínio contra a humanidade”. A conclusão foi anunciada na quinta-feira, 10, pela ex-alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, antes da divulgação do relatório completo.

“As forças de segurança israelenses mataram, detiveram e torturaram deliberadamente pessoal médico e atacaram veículos médicos” em Gaza, de acordo com o relatório da Comissão Internacional Independente de Inquérito da ONU sobre o Território Palestino Ocupado, incluindo Jerusalém Oriental e Israel.

Os ataques israelenses fizeram com que “combustível, alimentos, água, medicamentos e suprimentos médicos não chegassem aos hospitais, além de reduzir drasticamente as autorizações para que os pacientes deixassem o território para tratamento médico”.

Poucas horas antes das falas de Pillay, ao menos 16 pessoas morreram e outras 17 ficaram feridas em um ataque contra um hospital dentro do campo de refugiados de Jabalia, no norte de Gaza.  No domingo, o Exército israelense disse ter cercado o campo de refugiados depois de ter detectado a presença de membros do grupo militante palestino Hamas, ordenando no dia seguinte que todos os pacientes e funcionários do hospital Kamal Adwan deixassem a área.

“As crianças, em particular, foram as que mais sofreram com esses ataques, sofrendo direta e indiretamente com o colapso do sistema de saúde”, disse Pillay, cujo relatório será apresentado à Assembleia Geral da ONU em 30 de outubro.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel chamou as acusações de “ultrajantes” e disse que elas eram “outra tentativa flagrante da (comissão) de deslegitimar a própria existência do Estado de Israel e obstruir seu direito de proteger sua população enquanto encobre os crimes de organizações terroristas”.

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A Comissão de Inquérito tem um mandato amplo para coletar evidências e identificar suspeitos de crimes internacionais cometidos em Israel e no território palestino ocupado. Ela baseia suas descobertas em uma série de fontes, incluindo entrevistas com vítimas e testemunhas, submissões e imagens de satélite.

O relatório da ONU também acusa o Hamas e outros grupos militantes palestinos de cometer crimes de guerra de “tortura, tratamento desumano ou cruel, estupro e violência sexual” por seu tratamento de reféns israelenses mantidos em cativeiro em Gaza. Membros da omissão também investigaram “maus-tratos institucionalizados” de detentos palestinos em prisões israelenses.

As forças israelenses lançaram uma campanha em Gaza para destruir o Hamas em resposta ao ataque sem precedentes do grupo no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, no qual cerca de 1.200 pessoas foram mortas e outras 251 foram feitas reféns.

Mais de 41.960 pessoas foram mortas em Gaza desde então, de acordo com o Ministério da Saúde do território.

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