O presidente iraniano, Hassan Rohani, advertiu nesta terça-feira (24) que os Estados Unidos enfrentarão “graves consequências” se decidirem deixar o pacto nuclear assinado em 2015 entre Teerã e as seis potências mundiais. A retirada do Irã do Acordo de Não Proliferação Nuclear (TNP) é uma das reações contempladas.
“Os que estão sentados na Casa Branca devem saber que, mantendo ou não o compromisso, a grande nação iraniana e o governo em seu nome se oporão de maneira decisiva a todas suas conspirações e tramas”, disse Rohani.
“Estou dizendo àqueles na Casa Branca que, se eles não fizerem jus aos seus compromissos, o governo iraniano reagirá com firmeza. O Irã está preparado para todas as situações possíveis”, acrescentou, diante de uma multidão na cidade de Tabriz.
A advertência foi feita horas antes do encontro na Casa Branca entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da França, Emmanuel Macron, no qual o tema será prioritário. Macron pretende convencer Trump a não retirar os Estados Unidos do pacto e a desistir de sua ameaça de reativar as sanções econômicas contra Teerã.
Trump pressiona as demais potências a consertar os “defeitos terríveis” do acordo até 12 de maio. China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha preferem preservar o pacto, que impôs limites ao programa nuclear iraniano em troca da suspensão da maioria das sanções internacionais.
Rohani ressaltou que o Irã está cumprindo o pacto e insistiu que a Organização Internacional de Energia Atômica (AIEA) tem validado esse fato. O diretor da AIEA, Yukiya Amano, afirmou no mês passado que um eventual fracasso do acordo seria “uma grande perda”.
O líder iraniano indicou que o Irã está preparado para “qualquer cenário”. Outras autoridades já alertaram que programa nuclear, incluído o enriquecimento de urânio, poderá ser retomado. O secretário do Supremo Conselho de Segurança Nacional do Irã, Ali Shamkhani, afirmou que a renúncia do país ao TNP “é uma de três opções que estamos cogitando”.
Rohani destacou ainda o papel do Exército, do Corpo dos Guardiões da Revolução e dos voluntários islâmicos Basij para proteger o Irã e manter a segurança. Os Guardiões da Revolução foram alvos de sanções de Washington, que pretende limitar a capacidade militar e a influência regional do Irã.
“Prometo ao povo que as conspirações dos EUA, os sionistas (em alusão a Israel) e os reacionários árabes na região não terão nenhum efeito no progresso do Irã”, declarou Rohani.
(Com EFE e Reuters)