Irã executa homem acusado de ser espião do Mossad em meio a conflito com Israel
O indivíduo, identificado como Ismail Fakhri, havia sido detido em 2023 e foi responsabilizado por 'agir contra os interesses da segurança nacional iraniana'

As autoridades iranianas anunciaram nesta segunda-feira, 16, a execução de um homem acusado de ser um agente do órgão de inteligência israelense Mossad, no quarto dia de conflito entre Israel e Irã. O indivíduo, identificado como Ismail Fakhri, havia sido detido em 2023 e foi enforcado após um processo judicial que o considerou culpado de agir contra os interesses da segurança nacional iraniana.
“Esmaeil Fekri, um agente do Mossad considerado culpado dos crimes capitais de corrupção e ‘moharebeh’ (um conceito religioso traduzido como ‘guerra contra Deus’), foi executado por enforcamento após processo judicial”, disse o site de notícias Mizan Online, vinculado ao Poder Judiciário da República Islâmica.
A execução foi realizada sob o código penal iraniano, que permite a pena de morte para indivíduos condenados por espionagem, particularmente em casos envolvendo serviços de inteligência estrangeiros.
“Se uma pessoa é detida por vínculos com o regime sionista e colabora com ele, seu julgamento e previsões devem ser pronunciados muito rapidamente, em conformidade com a lei e considerando as condições da guerra”, afirmou nesta segunda o chefe do Poder Judiciário iraniano, Gholamhossein Mohseni Ejei, segundo a agência de notícias Tasnim, vinculada à Guarda Revolucionária do Irã.
Grupos internacionais de direitos humanos há muito criticam as execuções por espionagem no Irã, especialmente em relação à transparência, ao acesso a advogados e ao devido processo legal. No entanto, as autoridades iranianas insistem que tais ações são necessárias para proteger a segurança nacional.
Segundo a agência de notícias a Reuters, a execução de Fakhri é a terceira nas últimas semanas relacionada à realização de espionagem para Israel – que teve um papel importante nos enormes ataques direcionados contra chefes militares e instalações nucleares iranianas na última sexta-feira.
Naquele dia, os três principais líderes militares do Irã foram assassinados. Dois dias depois, a agência de notícias Tasnim informou que o chefe de inteligência da Guarda Revolucionária do Irã, Mohammad Kazemi, e seu vice também foram mortos numa nova rodada de ataques israelenses a Teerã.