Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Irã lança primeiro satélite militar mesmo diante da Covid-19 e das sanções

Especialistas suspeitam que a iniciativa esteja atrelada ao desenvolvimento de mísseis balísticos intercontinentais, potencialmente carregados com ogivas

Por Da Redação
Atualizado em 22 abr 2020, 17h00 - Publicado em 22 abr 2020, 16h38
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Em meio ao severo ataque da Covid-19, autoridades iranianas anunciaram nesta quarta-feira, 22, que o país lançou seu primeiro satélite militar em órbita. A comunidade internacional receia que a iniciativa, ainda não confirmada por nenhuma entidade independente do governo de Teerã, possa auxiliar no desenvolvimento de mísseis balísticos intercontinentais. O país reportou Organização Mundial da Saúde (OMS) pelo menos 5.200 mortes e 86.000 pessoas contaminadas pelo coronavírus.

    A Guarda Revolucionária do Irã, entidade militar paralela às Forças Armadas do país, afirmou que o lançamento se deu no deserto central do país, mas não detalhou o horário em que ocorreu. O satélite foi batizado de “Noor”, que significa luz em persa. Neste 41º aniversário de sua fundação, a Guarda também divulgou que o satélite atingiu com sucesso uma órbita a 425 quilômetros acima da superfície da Terra.

    Não é certo se o governo civil iraniano, encabeçado pelo presidente, Hassan Rohani, soube da ação da Guarda, que responde apenas ao Líder Supremo, o aiatolá Ali Khamenei, que é eleito por um conselho de notáveis. Segundo a agência de notícias AP, Rohani deu um discurso de 40 minutos ao seu gabinete nesta quarta sem nenhuma menção ao lançamento do satélite.

    “Isso levanta muitas bandeiras vermelhas”, disse à Associated Press (AP) Fabian Hinz, especialista em proliferação de mísseis balísticos do Instituto Middlebury de Estudos Internacionais, dos Estados Unidos.

    Continua após a publicidade

    Autoridades americanas e europeias já haviam denunciado nas Nações Unidas a possibilidade de lançamento desses tipos de satélites como parte do desenvolvimento de mísseis balísticos intercontinentais, com capacidade de carregar armamento nuclear. A decisão de Teerã, entretanto, indica que os objetivos militares, em especial da Guarda Revolucionária, continuam a seguir seus cronogramas independentemente da situação econômica e social do país, o décima país mais afetado do mundo pela Covid-19.

    ASSINE VEJA

    Covid-19: Sem Mandetta, Bolsonaro faz mudança de risco nos planos
    Covid-19: Sem Mandetta, Bolsonaro faz mudança de risco nos planos A perigosa nova direção do governo no combate ao coronavírus, as lições dos recuperados e o corrida por testes. Leia na edição desta semana. ()
    Clique e Assine

    Desde que o governo americano retomou uma política de sanções contra o regime iraniano, em 2018, a economia do país encolheu 9,7% e a inflação disparou a 35% ao ano. As exportações de petróleo iraniano, a principal fonte de receitas, caíram em mais de 85% nos últimos 17 meses. Antes das sanções, em 2017, o Banco Mundial estimou o Produto Interno Bruto do Irã em 454 bilhões de dólares.

    Continua após a publicidade

    Como comparação, o último satélite lançado pela Força Espacial dos Estados Unidos, braço das Forças Armadas americanas criado pelo presidente Donald Trump, custou aos cofres públicos americanos 1,8 bilhão de dólares em 2018. A Guarda Revolucionária não divulgou o custo do lançamento do seu satélite.

    “Agora que existe uma campanha de pressão máxima, o Irã não tem mais muito a perder”, concluiu Hinz em referência às sanções americanas, que continuam em vigor mesmo mediante a pandemia da Covid-19.

    As autoridades iranianas começaram na terça-feira 21 o processo de reabertura do comércio, setor classificado como de “médio risco” de propagar a Covid-19. Segundo a OMS, o número de novos casos diários no Irã caiu ininterruptamente nos primeiros dez dias de abril em mais de 50%, para 1.634 enfermos por dia. As autoridades iranianas reportaram quase 1.300 novos casos nesta terça.

    A briga do país com os Estados Unidos, que pressionam Teerã a renegociar o acordo nuclear de 2015, continua em alta tensão. Nesta quarta-feira, os iranianos foram ameaçados diretamente pelo governo americano em um episódio não relacionado ao lançamento do satélite. Trump afirmou em seu perfil no Twitter ter instruído a Marinha a afundar qualquer navio iraniano que “continue a assediar navios de guerra americanos no Golfo Pérsico”. Tratou-se de uma resposta a eventos ocorridos nos últimos dias e que, no início deste ano, quase contribuíram para uma possível guerra.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.