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Irã promulga lei que suspende cooperação com a agência de fiscalização nuclear da ONU

Nova regra estipula que qualquer inspeção futura das instalações nucleares iranianas precisa da aprovação do Conselho Supremo de Segurança Nacional

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 2 jul 2025, 08h33

O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, colocou em vigor nesta quarta-feira, 2, uma lei aprovada pelo Parlamento na semana passada para suspender a cooperação do país com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão de fiscalização nuclear das Nações Unidas.

O Irã já havia ameaçado interromper a colaboração com a AIEA diversas vezes. Agora, acusa a agência de ser parcial e se aliar aos Estados Unidos, além de abrir caminho para os ataques aéreos de Israel – que começaram em 13 de junho, um dia após o conselho da AIEA denunciar Teerã, pela primeira vez em vinte anos, por violar suas obrigações sob o Tratado de Não Proliferação Nuclear, do qual é signatária.

A lei estipula que qualquer inspeção futura das instalações nucleares do Irã pela agência precisa da aprovação do Conselho Supremo de Segurança Nacional de Teerã.

“Estamos cientes desses relatos. A AIEA aguarda mais informações oficiais do Irã”, afirmou o órgão das Nações Unidas em um comunicado.

Na semana passada, de acordo com o veículo estatal iraniano Nournews, o presidente do Parlamento do país disse que a AIEA se recusou até mesmo a condenar o ataque às instalações nucleares iranianas e “colocou sua credibilidade internacional à venda”. O chefe da agência das Nações Unidas, Rafael Grossi, afirmou que escreveu ao ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, para propor uma reunião. Segundo ele, a retomada da cooperação do país com a agência poderia levar a uma solução diplomática para a longa controvérsia sobre o programa nuclear de Teerã.

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Avanço do programa nuclear iraniano

Em 2015, um pacto abrangente foi firmado pelos Estados Unidos e outras nações com o Irã, que autorizava o país a manter até 300 quilos de urânio enriquecido a no máximo 3,67% de pureza, limite adequado para fins civis, como geração de energia e pesquisa, mas muito abaixo dos 90% necessários para a fabricação de armas nucleares.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, porém, saiu do acordo unilateralmente em 2018, durante seu primeiro mandato. Segundo analistas, o movimento fez os iranianos acelerarem o avanço de seu programa nuclear, instalando milhares de centrífugas avançadas para enriquecer urânio.

Há duas semanas, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) denunciou pela primeira vez em vinte anos que a nação islâmica violou o tratado de não-proliferação do qual é signatária, três meses após divulgar um relatório alarmante, segundo o qual o Irã já acumula cerca de 275 quilos de urânio enriquecido a 60%.

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Esse material poderia ser convertido em grau militar em apenas uma semana e seria suficiente para produzir até meia dúzia de ogivas nucleares — embora a construção de uma bomba funcional, a toque de caixa, deva levar ainda pelo menos um ano. (Teerã nega consistentemente que seu objetivo seja obter uma arma nuclear).

Em seu segundo mandato, Trump voltou a apostar na diplomacia, mas uma nova série de negociações entre o Irã e os Estados Unidos fracassou quando Israel lançou a chamada Operação Leão em Ascensão, que mirou instalações nucleares e capacidades balísticas do Irã, em 13 de junho. O presidente americano, depois de alternar entre ameaçar Teerã e instar o país a voltar à mesa de negociações, se juntou à campanha israelense com ataques diretos ao Irã.

Durante o conflito, mais de 610 pessoas morreram no Irã e 5.300 ficaram feridas. Entre as vítimas estão trinta comandantes militares de alto escalão e catorze cientistas nucleares. (A ONG americana Human Rights Activists, porém, fala em 1.054 mortes e 4.476 feridos.)

Tel Aviv, por sua vez, afirmou que 28 civis israelenses foram mortos por mísseis iranianos. Mais de 3 mil ficaram feridos, 23 gravemente.

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