Historicamente conservadora, a Irlanda foi o último representante da Europa ocidental a descriminalizar a homossexualidade, na década de 90. Desde então, a situação mudou bastante: em 2015, se tornou o primeiro país a aprovar, por referendo, a união civil homossexual. E agora, apenas dois anos depois, um politico abertamente gay será nomeado primeiro-ministro do país.
Leo Varadkar foi escolhido nesta sexta-feira pelo partido conservador Fine Gael, que governa a Irlanda, como sucessor do premiê atual, Enda Kenny. A vitória de Varadkar, que assumirá o cargo no fim do mês, quando o Parlamento voltar do recesso e confirmar sua nomeação, é histórica também por se tratar do mais jovem político a liderar a Irlanda, com apenas 38 anos, e por ser filho de imigrantes.
Apesar de personalizar a nova e progressista Irlanda, Varadkar chega ao poder com uma agenda principalmente conservadora. O futuro primeiro-ministro tem fama de ser um político ultraconservador em matéria econômica. Frequentemente, seus críticos o comparam com os “tories” britânicos, mais tradicionalistas, ainda que se declare progressista em várias questões relacionadas a minorias.
Filho de um médico indiano e de uma enfermeira irlandesa, Varadkar que é médico como o pai, tem experiência de governo. Ele ocupou os ministérios da Saúde, entre 2014 e 2016, e o de Transporte, Turismo e Esporte, de 2011 a 2014.
Nascido em um bairro de classe média de Dublin, o líder democrata-cristão, mantém um relacionamento de dois anos com outro médico. Grande fã de rúgbi e triatlo, estudou em um colégio primário católico e em uma escola secundária protestante, período no qual se filiou ao Fine Gael.
Depois, começou a cursar Direito na prestigiada Trinity College Dublin, mas mudou para a Medicina. Após se formar em 2003, trabalhou no Saint James Hospital e no Connolly Hospital. Mais tarde, 2011, foi convidado a fazer parte do governo de Kenny.
O então primeiro-ministro deu uma oportunidade para Varadkar depois de o agora líder do partido ter feito parte do grupo que se rebelou em 2010, sem sucesso, para roubar o comando do Fine Gael. Kenny, no entanto, já viu o potencial de seu desafiante.
(com EFE)