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Irmã de Barack Obama é atingida por gás lacrimogênio em protesto no Quênia

Milhares invadem Parlamento queniano contra votação de lei que visa aumentar impostos do país; polícia matou cinco manifestantes em troca de tiros

Por Da Redação
25 jun 2024, 12h45
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  • A ativista queniana Auma Obama, meia-irmã do ex-presidente americano Barack Obama, estava entre os manifestantes atingidos por gás lacrimogêneo durante um protesto no Quênia nesta terça-feira, 25. As imagens do momento foram capturadas pela emissora americana CNN diante do Parlamento nacional em Nairóbi, onde legisladores votavam um projeto que aumentaria os impostos do país, que sofre com uma grave crise econômica, para reduzir o rombo das contas públicas.

    Milhares de pessoas invadiram o Parlamento nesta terça-feira, e a polícia matou cinco dentro do prédio numa troca de tiros. Outras dezenas de pessoas ficaram feridas e partes do edifício foram incendiadas. Grande parte dos legisladores fugiu por um túnel, enquanto os manifestantes permitiram a saída daqueles que votaram contra a escalada de taxas. 

    Em meio à confusão, Auma Obama foi chamada por um repórter da CNN do lado de fora do Parlamento e questionada por que estava lá.

    “Estou aqui porque… Vejam o que está acontecendo. Os jovens quenianos estão se manifestando pelos seus direitos. Estão se manifestando com bandeiras e cartazes. Já nem consigo ver”, disse ela, começando a tossir e a proteger os olhos devido ao gás lacrimogênio, e interrompendo a fala.

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    Um homem atrás dela carregava um cartaz que dizia: “O colonialismo nunca acabou no Quênia”, enquanto outro gritava: “Este é o nosso país. Esta é a nossa nação”.

    Revolta geral

    As manifestações foram desencadeadas pelo avanço de um projeto de lei que busca reverter o déficit dos cofres públicos, com objetivo de arrecadar US,7 bilhões (cerca de R,6 bilhões) por meio de impostos. A lei financeira, proposta em meio a uma crise econômica no país, também inclui uma taxa ecológica que elevaria o preço de bens como papel higiênico e fraldas.

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    A presidente da Sociedade Jurídica do Quênia, Faith Odhiambo, disse que 50 pessoas foram “sequestradas” – supostamente por agentes da polícia. Grupos humanitários denunciaram que diversos quenianos que participaram de protestos anteriores desapareceram um dia antes da votação da proposta. 

    Agora, o projeto de lei será encaminhado ao presidente queniano, William Ruto, que pode assiná-lo ou devolvê-lo ao parlamento se acreditar que o texto precisa de mudanças. Outras cidades e vilas do país também foram palco de protestos.

    Crise econômica

    Desde a eleição de Ruto, há quase dois anos, o país mergulhou em uma crise provocada pelos impactos da pandemia da Covid-19, da guerra na Ucrânia, de dois anos consecutivos de secas e da desvalorização da moeda local.

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    O presidente queniano, que está fora da capital Nairóbi, participando de uma reunião da União Africana, disse no fim de semana que estava preparado para negociar com os manifestantes, elogiando a ação “pacífica” dos protestos.

    O governo já havia prometido eliminar os novos impostos propostos sobre pão, óleo de cozinha, propriedade de automóveis e transações financeiras, mas a medida foi considerada insuficiente pelos manifestantes.

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