Israel anuncia plano intensificar guerra e tomar ‘grandes áreas’ em Gaza
Ministro da Defesa diz que território seria adicionado às 'zonas de segurança' do estado; ação é condenada por famílias de reféns em posse do Hamas

Em meio a constantes ataques aéreos na Faixa de Gaza, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, anunciou nesta quarta-feira, 2, que seu exército pretende expandir a guerra contra o Hamas a fim de tomar “grandes áreas” no enclave palestino. Líder de um dos partidos ultrarreligiosos de extrema direita que sustentam o governo do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, ele defende que Israel deve controlar o território para combater o terrorismo, uma noção que vai contra o direito internacional, além de afastar ainda mais a solução de dois estados com a criação de um país para os palestinos.
Em uma declaração, Katz disse que a ofensiva estava “se expandindo para esmagar e limpar a área de terroristas e infraestrutura terrorista e capturar grandes áreas”. Segundo ele, esse território seria adicionado às “zonas de segurança” do estado de Israel.
A ação foi condenada pelo Fórum de Famílias de Reféns. Segundo a organização que reúne parentes de pessoas capturadas pelo Hamas no início da guerra, em 7 de outubro de 2023, o governo Netanyahu passou a ver retorno de 59 cativos ainda mantidos em Gaza como “uma tarefa secundária” que havia sido “empurrada para o fim da lista de prioridades”.
Katz, porém, justificou que a medida serve para “aumentar a pressão pela libertação de todos os reféns diante da recusa do Hamas”.
“Expandir a operação esta manhã aumentará a pressão sobre os assassinos do Hamas e também sobre a população em Gaza e avançará na conquista do objetivo sagrado e importante para todos nós. Peço aos moradores de Gaza que ajam agora para remover o Hamas e devolver todos os reféns. Esta é a única maneira de acabar com a guerra”, afirmou o ministro.
Nos últimos dias, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) enviaram uma divisão adicional para Gaza e emitiu ordens de retirada abrangentes para civis no sul e no norte do enclave.
Enquanto isso, médicos em Gaza disseram à emissora catari Al Jazeera (proibida de operar dentro de Israel) que 21 palestinos foram mortos por ataques israelenses desde o amanhecer desta quarta-feira. Já a agência de notícias palestina Wafa relatou que extensas operações de segurança israelenses continuaram na Cisjordânia, território ocupado por Israel, com um homem morto a tiros pelas forças de Tel Aviv em Nablus e palestinos sendo detidos pelas forças israelenses em Hebron, Tulkarm e Nour Shams.