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Israel aprova plano de assentamentos que pode dividir Cisjordânia e ‘enterrar’ Estado da Palestina

Decisão ocorre enquanto governo avança com controverso projeto de tomar controle da Cidade de Gaza, maior aglomerado urbano palestino

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 20 ago 2025, 07h37

O Comitê de Planejamento e Construção do governo de Israel deu a aprovação final nesta quarta-feira, 20, a um controverso projeto de assentamentos judeus na Cisjordânia ocupada que efetivamente divide o território em dois. O projeto, segundo o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, um ferrenho apoiador da medida, “enterrará a ideia de um Estado palestino”.

Os assentamentos são considerados ilegais pelo direito internacional e são condenados por parte da comunidade internacional. A decisão ocorre enquanto o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, avança com o controverso projeto de tomar controle total da Cidade de Gaza, o maior aglomerado urbano do enclave palestino. 

+ Plano de assentamentos ‘enterrará’ ideia de Estado da Palestina, diz ministro de Israel

O plano de um território chamado E1, entre Jerusalém e o assentamento de Maale Adumim, está paralisado há décadas devido à forte rejeição internacional.

A localização de E1 é significativa porque é uma das últimas ligações geográficas entre Ramallah, no norte da Cisjordânia, e Belém, no sul da Cisjordânia. As duas cidades ficam a 22 quilômetros de distância por via aérea, mas os palestinos que viajam entre elas precisam fazer um grande desvio e passar por vários postos de controle israelenses, o que aumenta as horas de viagem.

A proposta isola a Cisjordânia de Jerusalém Oriental, ambos territórios considerados parte do Estado da Palestino pelas Nações Unidas. No momento, cerca de 700.000 colonos judeus vivem em cerca de 160 assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, de acordo com dados do grupo israelense Peace Now. 

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Os novos assentamentos impossibilitarão, então, o estabelecimento de um território soberano para os palestinos. A movimentação acontece após mais de uma dezena de países, incluindo França e Reino Unido, sinalizarem que reconhecerão o Estado da Palestina em breve. Questionado sobre a decisão dessas nações, o Smotrich disse que “isso não vai acontecer”, acrescentando: “Não haverá nenhum Estado para reconhecer”. 

Nas últimas semanas, o Ministério das Relações Exteriores da Palestina definiu a iniciativa como “uma extensão dos crimes de genocídio, deslocamento e anexação”. Os progressivos assentamentos e a rejeição a uma terra palestina por Israel condena a região ao derramamento de sangue contínuo”, alertou a Peace Now. Em comunicado, a ONG também destacou que o “governo de Netanyahu está aproveitando cada minuto para aprofundar a anexação da Cisjordânia e impedir a possibilidade de uma solução de dois Estados”. 

+ Governo Lula condena plano israelense de assentamento na Cisjordânia

“Está claro para todos hoje que a única solução para o conflito, e a única maneira de derrotar o Hamas, é por meio do estabelecimento de um estado palestino ao lado de Israel”, apontou a declaração. “O Governo de Israel está nos condenando ao derramamento de sangue contínuo, em vez de trabalhar para acabar com ele.”

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Assim como a maior parte da comunidade internacional, o governo do Brasil entende que os assentamentos israelenses em áreas ocupadas são ilegais pelo direito internacional, em especial pela Resolução 2334 (2016) do Conselho de Segurança da ONU. A medida também contraria parecer recente da Corte Internacional de Justiça, que considerou ilegal a presença de Israel na Cisjordânia e determinou a interrupção imediata de novas construções e a evacuação dos assentamentos existentes.

Na semana passada, o governo brasileiro repudiu o plano, instando Israel a “abster-se de adotar ações unilaterais equivalentes à anexação do território palestino ocupado, as quais ameaçam a viabilidade da implementação da solução de dois Estados e comprometem o alcance de uma paz sustentável na região”.

Os comentários de Smotrich e da ultradireita acabaram por revelar, mais uma vez, o distanciamento entre Estados Unidos e União Europeia (UE) no assunto. Em resposta, um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA disse à emissora britânica BBC que “uma Cisjordânia estável mantém Israel seguro e está alinhada com o objetivo deste governo de alcançar a paz na região”, enquanto um porta-voz da Comissão Europeia frisou que “a UE rejeita qualquer mudança territorial que não faça parte de um acordo político entre as partes envolvidas”.

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Em julho, a Holanda declarou dois ministros ultradireitistas israelenses, incluindo Smotrich, persona non grata. Ele e Itamar Ben-Gvir, da Segurança Nacional estão proibidos de entrar no país. A restrição de viagem foi anunciada pelo ministro das Relações Exteriores holandês, Caspar Veldkamp, e foi motivada pela catástrofe humanitária e pelo aumento de assentamentos judeus na Faixa de Gaza.

“O gabinete decidiu declarar os ministros israelenses Smotrich e Ben-Gvir como persona non grata, com o objetivo de registrá-los como estrangeiros indesejados no sistema Schengen (SIS), por incitarem repetidamente à violência de colonos contra palestinos, defenderem assentamentos ilegais e pregarem limpeza étnica na Faixa de Gaza”, informou ele em carta ao Parlamento da Holanda.

Grã-Bretanha, Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Noruega impuseram sanções financeiras contra os dois. Ambos são defensores da ampliação de assentamentos judeus em territórios israelenses e enxergam a guerra em Gaza como um meio para tanto. Eles pressionam pela imigração voluntária — um conceito questionado por organizações humanitárias, que indicam que o processo pode levar a expulsões forçadas — da população para a construção dessas comunidades israelenses.

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