Israel assina acordo com EAU e suspende planos de anexação da Cisjordânia
Pacto foi negociado com o auxílio do governo americano e prevê também investimentos e o estabelecimento de embaixadas
Israel e Emirados Árabes Unidos chegaram a um acordo de paz histórico nesta quinta-feira, 13, que pretende levar a uma normalização total das relações diplomáticas entre as duas nações. Como parte do pacto, o Estado de Israel concordou em suspender seu plano de anexar territórios da Cisjordânia ocupada.
O acordo foi negociado com o auxílio do governo americano e anunciado em um comunicado assinado pelo presidente Donald Trump, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o sheik Mohammed Bin Zayed. Como resultado das negociações, “Israel suspenderá a intenção de declarar soberania sobre as áreas demarcadas no plano do presidente (Trump) Visão Para a Paz“, diz o comunicado.
Em janeiro, Trump e Netanyahu anunciaram um plano para a paz no Oriente Médio. O texto foi redigido sem a presença de palestinos ou árabes e previa uma solução de dois Estados para o conflito, porém determinava a ocupação de algumas áreas da Cisjordânia por Israel. Logo que foi anunciado, o “Acordo do Século” foi rechaçado tanto pela comunidade árabe quanto pela União Europeia.
As delegações diplomáticas de Israel e dos Emirados Árabes Unidos deverão se encontrar nas próximas semanas para elaborarem acordos bilaterais que envolvam investimentos, turismo, segurança, telecomunicações, energia, saúde, meio ambiente e o estabelecimento de embaixadas.
Desde a partilha da Palestina em 1948, a Guerra de Independência no mesmo ano, e a Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel vive em estado de guerra com seus vizinhos, com exceção do Egito e da Jordânia.
O secretário de Estado, Mike Pompeo, comparou o acordo desta quinta com os feitos décadas atrás para normalizar as relações do país hebreu com o Egito e a Jordânia. “O acordo de hoje de normalização entre Israel e os Emirados possuí potencial similar e a promessa de dias melhores para a região”, disse.
Netanyahu comemorou o acordo e disse ser “um dia histórico”. O primeiro-ministro disse que dará mais detalhes do acordo durante um pronunciamento ainda nesta quinta-feira.