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Israel ataca histórica cidade libanesa de Baalbek após ordenar que civis deixassem suas casas

Região abriga alguns dos maiores e mais bem preservados templos romanos do mundo, alguns com mais de 3 mil anos de idade

Por Da Redação
30 out 2024, 11h33
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  • Pouco depois de emitir alerta para que civis abandonassem suas casas, as Forças de Defesa de Israel começaram ataques à histórica cidade de Baalbek, no norte do Líbano, afirmou o governador local nesta quarta-feira, 30.

    “Ataques intensos estão acontecendo em Baalbek e arredores”, disse Bachir Khodr. A cidade é listada como Patrimônio da Humanidade da Unesco desde 1984 e abriga alguns dos maiores e mais bem preservados templos romanos do mundo, alguns com mais de 3 mil anos de idade. Ela sobreviveu a muitos desastres naturais e conflitos ao longo dos séculos, mais recentemente à guerra de 2006 entre Israel e Hezbollah e à guerra civil libanesa (1975-1990).

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    Complexo de antigos prédios romanos em Baalbek, Líbano (Getty/Getty Images)

    + Nova ordem de retirada indica que Israel mira norte do Líbano pela 1ª vez

    Os ataques marcam o avanço de tropas israelenses no norte do Líbano desde a escalada de hostilidades com o Hezbollah. A milícia libanesa, aliada do grupo militante palestino Hamas e do Irã, troca disparos pela fronteira com os militares israelenses desde o início da guerra em Gaza, em outubro passado, mas o conflito se intensificou após Tel Aviv anunciar uma invasão terrestre no início deste mês. O Ministério da Saúde libanês diz que mais de 2.700 pessoas foram mortas e mais de 12.400 ficaram feridas no Líbano desde então.

    Mais cedo, Khodr pediu que habitantes sigam para o extremo norte do país e evitem se abrigar na antiga cidadela, “pois não é seguro”.

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    “Peço que vocês sigam para um dos dois destinos: Arsal ou a província do norte pela rota Ainata-Arz. Por favor, não vão para a cidadela, pois não é seguro”, disse Khodr.

    Vehicles condense along a road as residents of Lebanon's eastern city of Baalbek evacuate from the Bekaa Valley city on October 30, 2024, after a statement from the Israeli army spokesperson warning residents of incoming strikes. (Photo by Nidal SOLH / AFP)
    Fuga de civis da cidade de Baalbek, na região norte do Líbano conhecida como Vale de Bekaa, provoca engarrafamento em rodovia. 30/10/2024 – (Nidal Solh/AFP)

    A agência de notícias estatal libanesa NNA afirmou que um “deslocamento em larga escala” já está em andamento.

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    “A cidade de Baalbek e as cidades vizinhas de Douris e Ain Bourday estão testemunhando um movimento de deslocamento em larga escala em direção à estrada Baalbek-Zahle e à estrada Baalbek-Deir El Ahmar-Ainata-Arz em direção ao norte”, reportou a NNA.

    Presença do Hezbollah

    O porta-voz em árabe das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), Avichay Adraee, declarou nesta quarta-feira que as pessoas em Baalbek devem deixar a cidade usando várias rodovias, alertando os moradores sobre uma presença local do Hezbollah.

    “As Forças de Defesa de Israel agirão fortemente contra os interesses do Hezbollah dentro de sua cidade e vilas e não têm intenção de prejudicá-los”, garantiu Adraee.

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    Israel já havia emitido ordens de retirada para a maioria das vilas e cidades do sul do Líbano, mas esta é a primeira vez que uma cidade inteira no norte do país recebeu um alerta. Uma das áreas marcadas para evacuação abriga ruínas romanas, de acordo com um mapa publicado pela Adraee. Após ordens do tipo, as forças israelenses costumam iniciar intensas campanhas de bombardeio.

    + Conflito pode reduzir PIB do Líbano em 9% neste ano, diz ONU

    “Estar perto de membros, instalações ou equipamentos de combate do Hezbollah pode expor você ao perigo”, avisou Adraee.

    Baalbek faz parte da região conhecida como Vale do Bekaa, que os militares de Tel Aviv atacaram durante a madrugada desta quarta-feira. A investida matou mais de 60 pessoas em várias cidades, segundo o governador do distrito. Foi o dia mais mortal até agora na área em mais de um ano de combates e trocas de ataques aéreos entre Israel e Hezbollah.

    Antes dos ataques noturnos, autoridades israelenses não emitiram ordens de evacuação para nenhuma das cidades atingidas.

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