Israel ataca Líbano por segundo dia consecutivo após foguetes do Hezbollah
Ao menos uma pessoa morreu e outras dez ficaram feridas
Aviões de guerra israelenses atacaram o Líbano pelo segundo dia consecutivo nesta terça-feira, 12, atingindo prédios no Vale do Bekaa e matando ao menos uma pessoa ligada ao grupo militante Hezbollah, apoiado pelo Irã, disseram fontes libanesas à agência de notícias Reuters. Os ataques a “dois centros de comando militar do Hezbollah” na área de Baalbek, segundo militares israelenses, são uma resposta aos foguetes lançados do Líbano em direção ao norte de Israel no início do dia.
Uma fonte de segurança libanesa disse à agência de notícias AFP que uma pessoa morreu nesta terça-feira e outras dez ficaram feridas nos ataques que destruíram completamente um edifício na entrada de Saraaine, uma cidade cerca de 20 quilômetros ao sul de Baalbek.
Nesta terça-feira, o Hezbollah disse ter lançado cerca de 100 foguetes contra bases israelenses nas Colinas de Golã, em represália aos ataques israelenses de segunda-feira. Os episódios marcam um recrudescimento do conflito entre o Hezbollah e Israel, que tem sido travado paralelamente à guerra em Gaza, e alimenta receios de um novo conflito em larga escala, a exemplo da guerra de 2006.
Ataques israelenses desde outubro mataram mais de 200 combatentes do Hezbollah e cerca de 50 civis no Líbano, enquanto os ataques do Hezbollah contra Israel mataram uma dúzia de soldados israelenses e seis civis.
A escalada na região também mina os esforços diplomáticos dos Estados Unidos e da França, por exemplo, em impedir o avanço do conflito da Faixa de Gaza para outras regiões e costurar um cessar-fogo. A posição de Tel Aviv é que só há duas opções para restaurar a estabilidade na fronteira libanesa: uma solução diplomática que afastaria as forças do Hezbollah da região, a norte do rio Litani; ou uma grande ofensiva militar contra o grupo xiita, que arrastaria mais um país para a guerra.
O secretário-geral do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, alertou recentemente Israel em dois discursos televisionados para não iniciar uma conflito em grande escala contra o Líbano.
“Quem pensa em guerra conosco – em uma palavra, vai se arrepender”, disse Nasrallah.
Guerra em Gaza
Em paralelo, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, pediu na segunda-feira ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que “exerça toda a pressão possível” para que o grupo militante palestino Hamas liberte reféns israelenses.
Katz pediu a imposição de sanções ao Hamas por ter cometido crimes “piores do que as ações terroristas levadas a cabo pela Al Qaeda, ISIS e outras organizações terroristas” que foram alvo de discussão no Conselho de Segurança.
Além disso, Katz afirmou na ONU que houve violência sexual, incluindo estupro e estupro coletivo, durante o ataque do Hamas em outubro. “Pedimos que condenem os crimes de violência sexual que estes bárbaros cometeram em nome da religião muçulmana”, disse o ministro ao Conselho de Segurança.