Israel avança com tanques no sul do Líbano e aprofunda invasão terrestre
Blindados chegam à vila de Khiam, a 6km de distância da fronteira israelense, e Tel Aviv emite novas ordens de retirada para população libanesa
A Agência Nacional Nacional (NNA), uma mídia estatal libanesa, reportou nesta terça-feira, 29, que tanques israelenses fizeram avanços no sul do Líbano, entrando nos arredores da vila de Khiam. Esta já é considerada a sua incursão mais profunda de Israel no país vizinho desde o início de uma invasão terrestre no mês passado, que visa desmantelar o Hezbollah, uma milícia islâmica aliada do Hamas, em Gaza, e apoiada pelo Irã.
A NNA informou que “um grande número de tanques pertencentes ao Exército de Ocupação de Israel” entrou nos arredores orientais de Khiam, a cerca de seis quilômetros da fronteira entre os dois países.
Os militares israelenses orientaram habitantes de várias aldeias no sul do Líbano a deixarem suas casas, antecipando um ataque, segundo a NNA. São elas: Tayr Harfa, Al-Jabin, Al-Qasr al-Ahmar, Jabal al-Batm, Zebqin, Sheheen, Al-Himyari, Al-Kharib, Ansar, Mataria al-Shomr, Adloun, Majdal Zun, Shama, abu Shash Al-Naqoura e Alma al-Shaa.
Bunker destruído
Em paralelo, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) afirmaram que, durante operações recentes no sul do Líbano, demoliram um centro de comando subterrâneo do Hezbollah e um segundo bunker onde eram armazenados explosivos. Segundo os militares israelenses, o centro de comando estava a oito metros de profundidade.
Os reservistas da Brigada Carmeli, que encontraram o complexo, afirmaram que no bunker, por sua vez, havia cerca de meia tonelada de explosivos. Além disso, segundo eles, a estrutura foi construída “há vários anos” sob uma vila no sul do Líbano.
Israel e o Hezbollah estão caminhando para uma guerra total que pode se espalhar por toda a região, após uma escalada significativa no conflito histórico que voltou a pegar fogo com o início da guerra em Gaza. Desde outubro do ano passado, a milícia libanesa ataca o inimigo com foguetes em solidariedade com o Hamas e o povo palestino, o que as forças de Tel Aviv revidaram com bombardeios.
No dia 1º de outubro, Israel anunciou que seu Exército havia iniciado “incursões terrestres limitadas, localizadas e direcionadas” contra o Hezbollah.