Israel fez um ataque aéreo contra Khan Yunis, cidade ao sul da Faixa de Gaza, nesta quinta-feira, 19, apesar de sua diretiva anterior para que os palestinos no norte do território deixassem suas casas em direção ao sul, antes de uma esperada invasão por terra. É nessa cidade que estão 16 dos 26 cidadãos brasileiros de Gaza que aguardam para ser repatriados.
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Ao menos quatro pessoas morreram no ataque, mas, segundo a emissora árabe Al Jazeera, a equipe médica do Hospital Nasser disse que recebeu pelo menos 12 mortos e 40 feridos. Nenhum dos integrantes do grupo assistido pelo Itamaraty, contudo, se machucou.
Sirenes de alerta soaram enquanto equipes de emergência corriam para resgatar sobreviventes de um prédio, onde muitos estariam presos sob os escombros de camas deformadas, móveis quebrados e pedaços de concreto. Prédios próximos tiveram varandas e fachadas destruídas.
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Segundo nota divulgada pelo Itamaraty, os brasileiros que vivem na Faixa de Faza permanecem concentrados nas localidades de Khan Younis e Rafah – cidade mais próxima à fronteira com o Egito. Veículos contratados pelo governo brasileiro estão de prontidão, aguardando a abertura da passagem de Rafah.
As duas cidades ficam fora da zona de exclusão determinada por Israel, mas têm sido alvejadas quase diariamente, porque líderes do Hamas se esconderam lá. Não há previsão de quando eles ou outros estrangeiros à espera na região poderão sair, já que o acordo para a entrada de vinte caminhões com ajuda humanitária vindos do Egito não prevê que ninguém pegue o caminho de volta.
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O Egito enfrenta uma pressão crescente para permitir que a população civil de Gaza, com quem compartilha uma fronteira, atravesse a chamada passagem de Rafah para se refugiar dos constantes bombardeios israelenses e escapar de uma esperada invasão terrestre.
No entanto, o presidente egípcio, al-Sisi se, mostrou relutante com a possibilidade de receber o fluxo de um número significativo, embora desconhecido, de refugiados palestinos. Mesmo diante dos pedidos internacionais, como do Brasil, para a abertura de um corredor humanitário, as autoridades egípcias ainda resistem em definir um momento para isso.
Em 1948, após a fundação de Israel, dezenas de milhares de palestinos inundaram o Egito, transformando a cidade de Rafah num campo de refugiados. As tendas tornaram-se então barracos, que se transformaram em edifícios de construção simples para acolher o que se tornou uma população egípcio-palestina.
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Nesta quarta-feira, al-Sisi sugeriu que os civis palestinos deslocados pelo conflito deveriam ser realocados para uma área desértica dentro de Israel, conhecido como Nakab, ou Negev.
O líder egípcio enfatizou que o Egito já acolhe atualmente 8,5 milhões de refugiados e não pode acomodar mais pessoas. Ele também expressou preocupação com os potenciais riscos à segurança de um influxo significativo de palestinos para o país.
As Nações Unidas afirmam que cerca de metade dos palestinos em Gaza ficou desabrigada, ainda presa dentro do enclave, um dos lugares mais densamente povoados do planeta, com 2,2 milhões de habitantes.
Autoridades de saúde em Gaza disseram nesta quinta-feira, 19, que quase 3.500 palestinos morreram desde 7 de outubro, quando militantes do grupo terrorista Hamas lançaram um ataque sem precedentes dentro de Israel, que por sua vez matou cerca de 1.400 pessoas.
Cúpula internacional
O Egito convidou o Brasil nesta quarta-feira, 18, para participar de uma cúpula internacional sobre a guerra entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas. O encontro acontecerá no próximo sábado, 21, em Cairo. Brasília não confirmou qual autoridade representará o governo.
O evento foi organizado às pressas pelo governo egípcio diante da escalada do conflito na região nos últimos dias, com a crise agravada pela explosão de um hospital na Faixa de Gaza. O foco principal das discussões será a atual crise humanitária no enclave palestino.
Outros convidados da cúpula incluem os líderes da Turquia, Iraque e Qatar, entre outras nações árabes e da região do Golfo. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que está em Tel Aviv, também poderá comparecer, com a condição de que adicione o Egito à sua próxima viagem ao Oriente Médio, segundo o jornal americano The Washington Post.