Israel diz que vai expandir operação por terra por ‘toda a Faixa de Gaza’
Os militares israelenses ordenaram que os palestinos esvaziem cerca de 20 áreas no centro do enclave, em preparação para invasão
O exército de Israel declarou nesta segunda-feira, 4, que começou a expandir a sua operação terrestre em “todas as áreas” da Faixa de Gaza após o reinício dos combates, na última sexta-feira.
Daniel Hagari, porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), afirmou que o exército vai lutar “contra os centros do Hamas em toda a Faixa de Gaza”. Segundo ele, os soldados estão “cara a cara” com os combatentes palestinos.
Rotas de fuga
Também nesta segunda-feira, as FDI emitiram novas ordens para que os palestinos esvaziem cerca de 20 áreas no centro da Faixa de Gaza, publicando um mapa nas redes sociais com setas apontando para regiões mais ao sul para onde civis deveriam se encaminhar.
No entanto, as forças israelenses têm avançado cada vez mais para sul. Um funcionário das Nações Unidas em Gaza declarou que os palestinos estão ficando sem lugares para onde fugir. O órgão internacional estima que 1,8 milhões de habitantes de Gaza já foram deslocados desde o início do conflito.
Novo foco
Grande parte do foco de Israel na renovada campanha militar parece se concentrar agora nas áreas em torno da cidade de Khan Younis, no sul do enclave, onde se acredita que os principais líderes do Hamas estão escondidos, incluindo o chefe da organização em Gaza, Yahya Sinwar, e o líder da ala militar do grupo, Mohammed Deif.
Localizada a cerca de 9,5 km da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, Khan Younis é a maior cidade do sul de Gaza, com uma população pré-guerra de cerca de 400 mil habitantes. Desde o início do conflito, milhares de palestinos fugiram para a cidade e arredores, com objetivo de fugir dos bombardeios de Israel no norte, o que colocou enorme pressão sobre suas infraestruturas.
Um conselheiro do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse à BBC nesta segunda que seu país estava fazendo “esforço máximo” para evitar vítimas civis. O Ministério da Saúde de Gaza, gerido pelo Hamas, afirmou que mais de 15.500 pessoas foram mortas na contraofensiva de Israel, incluindo cerca de 6.000 crianças, que começou após o ataque do Hamas a comunidades israelenses no sul do país, em 7 de outubro, que matou 1.200 pessoas. Outras 240 foram sequestradas.