Empresas que monitoram redes de comunicação, como a NetBlocks, informaram nesta sexta-feira, 27, que a Faixa de Gaza sofreu um apagão quase total dos serviços de internet e de telefonia celular. O comunicado ocorre após o Exército israelense dizer ter intensificado os bombardeios ao território palestino.
A NetBlocks, empresa do Reino Unido que rastreia a conectividade global à internet, disse que o atentado criou o maior apagão de internet desde o início do conflito.
⚠ Confirmed: Live network data show a collapse in connectivity in the #Gaza Strip with high impact to Paltel, amid reports of heavy bombardment; the company is the last remaining major operator to supply service as connectivity declines amid ongoing fighting with Israel 📉 pic.twitter.com/nDPf7HnjKF
— NetBlocks (@netblocks) October 27, 2023
A empresa de telecomunicações Paltel, que ainda estava parcialmente operacional, disse nesta sexta-feira que houve uma interrupção completa de todos os seus serviços. Segundo a companhia, fortes bombardeios israelenses no início do dia destruíram sua última infraestrutura restante que ligava sua rede à internet global.
“Lamentamos anunciar a ruptura completa de todos os serviços de comunicação e internet com a Faixa de Gaza, à luz da agressão em curso”, disse um comunicado da Paltel.
“Intensos bombardeamentos na última hora causaram a destruição de todas as restantes rotas internacionais que ligavam Gaza ao mundo exterior, além das rotas anteriormente destruídas durante a agressão, o que levou à interrupção de todos os serviços de comunicações da querida Faixa de Gaza. Deus proteja você e proteja nosso país”, acrescentou.
A Sociedade do Crescente Vermelho Palestino, uma organização humanitária que atua em Gaza, emitiu um comunicado nesta sexta-feira alertando que os cortes à comunicação causariam problemas significativos aos serviços de emergência no território palestino.
“Perdemos completamente o contato com a sala de operações na Faixa de Gaza e com todas as nossas equipes que operam lá, devido ao corte por parte das autoridades israelenses de todas as comunicações fixas, celulares e pela internet”, disse o grupo. “Estamos profundamente preocupados com a capacidade das nossas equipes de continuarem a prestar os seus serviços médicos de emergência”, especialmente porque impossibilita ligações para o número central de emergência “101”, completou.
Nesta sexta-feira, Daniel Hagari, porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), disse que os militares “aumentaram os bombardeios em Gaza”, inclusive visando à infraestrutura que o Exército israelense diz ser usada por terroristas.