Israel processa por traição ex-ministro que espionava para o Irã
Gonen Segev foi recrutado pelos iranianos na Nigéria, onde residia, e acabou preso quando tentava entrar na Guiné Equatorial
Acusado de passar informações confidenciais para o serviço de inteligência do Irã, o ex-ministro de Energia e Infraestrutura israelense Gonen Segen foi preso e acusado de traição, ajuda ao inimigo e espionagem contra seu país, declarou ontem (18) a Agência de Segurança de Israel (Shin Bet).
Ministro de Estado no período de 1992 a 1995, durante os governos de Yitzhak Rabin e Shimon Peres, Segev já havia sido condenado à prisão em 2005 por ter contrabandeado 30 mil comprimidos de ecstasy da Holanda para Israel e por ter falsificado seu antigo passaporte diplomático. Ele foi solto em 2007, segundo o jornal israelense Haaretz.
Médico de formação, Segev foi preso pelas forças israelenses no final de maio, quando decidiu viajar da Nigéria, onde morava e mantinha uma clínica de saúde nos últimos anos, para a Guiné Equatorial. As autoridades locais estranharam seu histórico criminal, o prenderam e enviaram a Israel.
Para a polícia israelense, este é “o caso de mais severo de violação de segurança” da história de Israel. As investigações provaram que Segev foi recrutado por dois agentes iranianos na Nigéria, em 2012, e esteve duas vezes com seus superiores no Irã. Teria passado informações sobre o setor de energia de Israel, sobre locais estratégicos de segurança e sobre a identidade de autoridades de segurança do país.
Segundo o Haaretz, para obter informações, Segev manteve contatos com funcionários das áreas de defesa, de segurança e diplomacia de Israel. Alegava a essas pessoas repassar os dados para empresários. Também inqueria empresários israelenses, muitos dos quais ex-membros da área de defesa do governo, de passagem pela Nigéria sobre questões de interesse do Irã.
De acordo com os advogados de Segev, as informações divulgadas pelo Shin Bet não correspondem às do processo contra seu cliente. Ainda segundo o Haaretz, Segev tem cooperado com os investigadores desde sua prisão. Ele alegou que não teve intenção de causar ameaças a Israel.