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Israel reabre passagens para a Faixa de Gaza após semana tensa

Mesmo depois de lançamento de foguetes palestinos, governo de Netanyahu evita reagir para evitar conflito às vésperas de eleição

Por Da Redação
31 mar 2019, 16h22

O governo de Israel autorizou a reabertura de duas passagens na fronteira com a Faixa de Gaza depois de quase uma semana de novos conflitos na região. O anúncio ignorou o lançamento de foguetes vindos do território palestino na madrugada de sábado para domingo, 31. O sinal é de interesse de Israel em um cessar-fogo para as eleições de 9 de abril, nas quais o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu concorre à reeleição.

A proibição das atividades pesqueiras na região também foi suspensa na manhã deste domingo. A passagem para pedestres de Erez e o terminal de comércio Kerem Shalom estavam bloqueados desde a última segunda-feira 25, quando um míssil lançado de Gaza em direção à vila israelense de Mishmeret, próxima de Tel-Aviv, destruiu uma casa e deixou sete pessoas feridas.

A situação tensa desta semana interrompeu uma viagem diplomática do primeiro-ministro israelense aos Estados Unidos. Na ocasião, Netanyahu prometeu uma “resposta firme” ao ataque palestino. Pouco tempo depois, o Exército israelense anunciou o envio de reforços para a fronteira com Gaza, convocando inclusive reservistas.

Neste domingo, o líder de Israel recebe o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, para uma série de compromissos no país até a quarta-feira, 3. Apesar de ter recuado sobre a mudança da embaixada brasileira para Jerusalém, Bolsonaro é um grande aliado ideológico de Netanyahu, sua presença pode ajudar o israelense nas eleições.

Israel se comprometeu a reabrir as passagens em Gaza depois dos protestos comandados pelo Hamas no sábado 30. Tanto o grupo jihadista quando o governo isralense comemoravam a relativa calmaria durante as manifestações quando alguns dos 40.000 palestinos que marchavam lançaram granadas e outros explosivos na cerca de segurança.

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Em resposta, o Exército de Israel atirou com armas de fogo contra os manifestantes, deixando quatro mortos, entre eles três adolescentes de 17 anos. Segundo o Ministério da Saúde liderado pelo Hamas, outras 300 pessoas ficaram feridas.

O Exército diz que respondeu para “dispersar baderneiros” e afirmou ter respeitado o protocolo das Forças Armadas do país. Já o Hamas afirmou ter trabalhado ativamente para manter os manifestantes longe da cerca de segurança israelense, como forma de demonstrar sua cooperação em prom de um cessar-fogo.

As manifestações deste fim de semana marcavam o aniversário de um ano desde o início das chamadas Marchas do Retorno, uma série de protestos na fronteiras de Gaza com Israel. Desde o princípio, os atos do movimento são reprimidos com força letal pelo Exército de Netanyahu, que já matou mais de 180 pessoas e feriu outras 6.000. 

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Nos últimos dias, em resposta ataque palestino de segunda 25, o Exército de Israel intensificou suas ofensivas contra redutos do Hamas. Um dos ataques aéreos destruiu um prédio de vários andares na Cidade de Gaza, espalhando destroços por uma grande área. O edifício seria a sede de uma companhia de seguros filiada aos terroristas e, segundo os militares israelenses, servia como um “quartel secreto” das agências de inteligência do grupo islâmico.

(com Estadão Conteúdo)

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