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Israel reforça bloqueio da Faixa de Gaza devido a pipas incendiárias

Governo fechou único ponto de passagem de mercadorias entre Israel e o território palestino

Por Da Redação
Atualizado em 17 jul 2018, 21h47 - Publicado em 17 jul 2018, 20h34
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  • Israel reforçou nesta terça-feira (17) o bloqueio da Faixa de Gaza em represália às pipas incendiárias lançadas nos últimos meses a partir desse território palestino, que já causou danos ao setor agrícola.

    Três dias depois do pior confronto armado entre Israel e o movimento islamita Hamas desde a guerra de 2014, o Ministério da Defesa suspendeu as entregas de combustível através de Kerem Shalom, o único ponto de passagem de mercadorias entre Israel e o território palestino.

    Na semana passada, Israel anunciou o fechamento imediato desta passagem, o que o Hamas denunciou como um “crime contra a humanidade”.

    Há mais de dez anos, a Faixa de Gaza, limitada por Israel, Egito e o Mar Mediterrâneo, está submetida a um bloqueio terrestre, marítimo e aéreo imposto por Israel.

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    O endurecimento deste bloqueio intensifica a pressão contra o Hamas e deteriora ainda mais a já muito precária situação humanitária do território palestinos, onde 80% dos 2 milhões de habitantes dependem das ajudas, segundo o Banco Mundial (BM).

    Rafah, a outra passagem de mercadorias entre Gaza e Egito, também foi fechada nesta terça, segundo a AFP. A agência de notícias, contudo, não conseguiu uma confirmação oficial do governo israelense. Essa passagem é fechada quase de forma permanente há vários anos.

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    O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) e 12 organizações de direitos humanos e civis pediram que o governo de Israel restabeleça o funcionamento da passagem de Kerem Shalom.

    “A situação em Gaza é extremamente precária. Estou muito preocupado com as restrições adicionais em Kerem Shalon, que é a corda de salvamento para a população de Gaza”, comunicou Jamie McGoldrick, coordenador do Ocha nos Territórios Palestinos.

    Entre as ONGs que pediram hoje ao governo de Israel que interrompa o “castigo coletivo sobre a população de Gaza” estão Anistia Internacional, Médicos sem Fronteiras, Rabinos pelos Direitos Humanos, entre outras.

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    Ataques incendiários

    Há mais de uma semana, Israel intensificou sua resposta às pipas com balões incendiários lançados de Gaza, e que já arrasaram mais de 2.600 hectares de terras israelenses.

    Depois das pedras, a versão incendiária das pipas se tornou símbolo da mobilização palestina e coloca pressão sobre os dirigentes palestinos que não conseguem conter os danos causados por esses artefatos caseiros.

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    As pipas incendiárias começaram a ser usadas desde 30 de março, durante os protestos dos habitantes de Gaza na fronteira com Israel contra o bloqueio e para reclamar a volta dos refugiados palestinos expulsos de suas terras em 1948, depois da criação do Estado de Israel.

    Desde o início das manifestações, o Exército israelense matou ao menos 144 palestinos. Não houve baixas do lado militar israelense.

    Em visita na segunda-feira (16) às localidades vizinhas da Faixa de Gaza, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, recordou que seu país considera essas pipas incendiárias uma violação ao cessar-fogo acertado com o Hamas.

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    “Se não entendem as palavras, a mensagem será enviada pelas ações do Exército”, alertou.

    Na segunda, o Exército israelense atacou duas posições do Hamas de onde, segundo os militares, foram lançadas as pipas com balões incendiários.

    “A ocupação israelense exagerou os danos causados pelas pipas e balões para justificar seus ataques contra Gaza”, afirmou Sami Abu Zohri, um porta-voz do Hamas. “A ocupação israelense brinca com fogo, se seus aviões de guerra tomarem como alvo os lançadores de pipas”, advertiu.

    (Com AFP e EFE)

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