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Israel retoma ofensiva terrestre em Gaza após dois meses de trégua

Com fracasso de cessar-fogo, tropas israelenses reassumem o controle do estratégico corredor de Netzarim, que divide a Faixa de Gaza ao meio

Por Júlia Sofia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 mar 2025, 19h52 - Publicado em 19 mar 2025, 15h38

Com o fracasso das negociações para uma nova trégua, o Exército israelense anunciou, nesta quarta-feira 19, que retomou as operações terrestres na Faixa de Gaza. Um dia após encerrar o cessar-fogo com intensos bombardeios aéreos, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) voltaram a ocupar o corredor de Netzarim, ponto estratégico para o controle militar do território palestino.

Segundo o governo israelense, a reocupação tem o objetivo de pressionar o Hamas a libertar os 59 reféns ainda em cativeiro – sendo que, de acordo com estimativas, apenas 24 podem estar vivos. No entanto, a retomada da posição estratégica foi um dos fatores que levaram o Hamas a rejeitar a proposta de cessar-fogo apresentada pelos Estados Unidos, que previa uma pausa extra de 50 dias nos combates. O corredor de Netzarim havia sido desocupado em janeiro como parte da primeira fase da trégua mediada por Washington.

Bombardeios intensos

A movimentação militar ocorre após dois meses de cessar-fogo parcial, durante os quais as tropas terrestres israelenses haviam recuado, mas a presença militar no corredor de Filadélfia, na fronteira com o Egito, foi mantida. A retomada da ofensiva marca um novo capítulo na guerra iniciada em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas lançou um ataque contra Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e sequestrando dezenas de reféns.

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, advertiu que novas evacuações de civis devem ocorrer em breve. Em um vídeo divulgado nesta quarta-feira, ele incentivou os moradores de Gaza a deixar a região norte, sugerindo que a saída seria a melhor alternativa para aqueles que desejam escapar do conflito. A declaração provocou reações negativas mundo afora, especialmente após o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter defendido a remoção forçada da população palestina – uma sugestão amplamente condenada por líderes globais e considerada ilegal perante o direito internacional.

A escalada dos combates já deixou um saldo trágico. Autoridades palestinas afirmam que pelo menos 436 pessoas foram mortas desde a retomada dos bombardeios, incluindo mais de 130 crianças, segundo a Unicef. Além disso, 678 pessoas ficaram feridas nos ataques israelenses que marcaram o fim do cessar-fogo. O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, estima que o total de vítimas desde o início do conflito ultrapassa 49.000.

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Como ficam as negociações?

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que a partir de agora “as negociações só ocorrerão sob fogo”. A afirmação vem em meio a pressões internas de membros de sua coalizão, como o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, que defende uma ação ainda mais dura contra Gaza. Ele havia deixado o governo diante da aprovação do cessar-fogo em janeiro, mas na terça-feira voltou a firmar a aliança com Bibi.

Enquanto isso, familiares de reféns israelenses seguem criticando o governo, temendo que a nova ofensiva comprometa as chances de resgate. Milhares de pessoas tomaram as ruas de Tel Aviv para protestar nesta quarta-feira, com pedidos por um acordo que permita o retorno dos sequestrados ainda vivos.

Diante da intensificação dos combates, o Hamas declarou nesta quarta-feira que está disposto a negociar uma nova trégua. No entanto, o grupo está cada vez mais enfraquecido, com sua infraestrutura militar severamente impactada e sua rede de aliados no Oriente Médio comprometida. Seu aliado Hezbollah, no Líbano, encontra-se fragilizado, o apoio do Irã está sob ameaça, e os rebeldes hutis do Iêmen, que vinham realizando ataques a Israel, estão sob renovada ofensiva dos Estados Unidos.

A avaliação israelense é de que uma postura de pressão total, com a retomada dos combates em Gaza, possa forçar o Hamas a fazer concessões. A questão é o alto custo da estratégia arriscada e quanto ela pode demorar para ser eficaz. O grupo palestino, por enquanto, não deu indicativos de que está disposto a recuar de exigências como a retirada total das forças de Israel do enclave e um acordo para o fim permanente da guerra – com o qual Tel Aviv disse que concordaria apenas se o Hamas deixasse o governo de Gaza para sempre.

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