Israel voltou a bloquear nesta quinta-feira (2) o fornecimento de gás e combustível à Faixa de Gaza, sem indicar quando a medida será suspensa, anunciou o ministro da Defesa, Avigdor Lieberman. A iniciativa é represália ao lançamento de balões incendiários por palestinos contra o território israelense.
O bloqueio deve prejudicar muito o enclave palestino, que já sofre com cortes diários de eletricidade. Os hospitais são particularmente afetados pela falta de combustível e energia elétrica.
Lieberman destacou que a medida se deve “à continuação do terrorismo com balões incendiários e aos confrontos na fronteira” entre Israel e a Faixa de Gaza.
Em 17 de julho, Israel já havia reforçado o bloqueio na Faixa de Gaza e interrompido o fornecimento de combustível pelo mesmo motivo. Desde abril, ao menos 3.000 hectares de plantações foram destruídos pelos balões incendiários.
No dia 9 de julho o governo israelense anunciou o fechamento do terminal de Kerem Shalom, o único ponto de passagem de mercadorias entre Israel e a Faixa de Gaza, onde quase 80% dos dois milhões de habitantes recebem ajuda, segundo o Banco Mundial.
As restrições foram retiradas parcialmente após uma trégua anunciada no fim de julho entre Israel e o grupo islamita Hamas, que governa a Faixa de Gaza.
Balões incendiários
Depois de alguns dias de calma, os balões incendiários voltaram a ser lançados a partir do território israelense. Na quarta-feira (1), foram registrados sete incêndios, segundo o serviço de bombeiros israelense.
Também ocorreram outros incidentes na fronteira entre Gaza e Israel. O exército israelense atacou na quarta-feira da semana passada (25) postos militares do Hamas, depois que seus soldados foram atacados.
Três palestinos, entre eles um menino de 12 anos, morreram durante o fim de semana por causa dos ataques israelenses.
Israel denunciou então que 7.000 palestinos “amotinados” queimaram pneus e jogaram pedras contra soldados que se encontravam atrás da barreira que separa Gaza de Israel.
Ao menos 157 palestinos foram mortos pelo exército israelense desde 30 de março, quando começou a onda de protestos em Gaza contra o bloqueio e a colonização israelense. Apenas um soldado israelense morreu, em 20 de julho, na fronteira.
A ONU já se mostrou alarmada pelas carências provocadas pelo bloqueio ao fornecimento de combustível, necessário para fazer funcionar geradores de eletricidade, que são usados na produção e distribuição de água potável.