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Itália planeja soltar 10 mil presos para conter superlotação e onda de suicídios em presídios

Plano do Ministério da Justiça prevê alternativas como prisão domiciliar e liberdade condicional para detentos que cumprem penas leves

Por Júlia Sofia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 16 jul 2025, 15h34

Dona de um dos sistemas penitenciários mais lotados da Europa, a Itália estuda soltar cerca de 10 mil detentos — o equivalente a 15% da população carcerária do país — para aliviar a superlotação nas cadeias. A proposta, anunciada na noite de terça-feira 15 pelo Ministério da Justiça, prevê alternativas como prisão domiciliar e liberdade condicional para detentos que cumprem penas leves.

De acordo com o governo, a medida será aplicada apenas àqueles considerados “potencialmente elegíveis”, ou seja, quem já tem uma sentença definitiva, que deve ser inferior a dois anos, e mantém boa conduta, sem infrações disciplinares nos últimos doze meses.

Estão automaticamente excluídos do plano os condenados por crimes graves, como terrorismo, estupro, tráfico de pessoas, sequestro e participação em organizações criminosas.

Superlotação

Dados do World Prison Brief mostram que a taxa de ocupação carcerária na Itália é de cerca de 122%, uma das mais altas do continente, atrás apenas de Chipre, França e Turquia. Qualquer percentual acima de 100% indica que os presídios abrigam mais detentos do que permite a sua capacidade máxima. Segundo relatório de abril da Antigone, ONG que monitora as condições das prisões, há mais de 62 mil presos em instalações italianas, construídas para apenas 51 mil.

O problema se agravou nos últimos meses, devido às intensas ondas de calor que atingem a Europa. Sem ventilação adequada ou ar-condicionado, muitas celas se transformaram em ambientes insalubres. O fenômeno climático coincide com um aumento nos casos de suicídio entre os presos – ao menos 36 tiraram suas vidas apenas neste ano –, levantando preocupações sobre condições impróprias e a falta de segurança dentro das penitenciárias.

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Apesar da crise, o governo italiano afirmou que a liberação não será feita em massa, e nem da noite para o dia. Uma força-tarefa foi criada para articular decisões com os presídios e juízes de liberdade condicional. O grupo se reunirá semanalmente e deve entregar um relatório com suas recomendações finais até setembro.

Endurecimento de Meloni

A proposta vai na contramão da postura da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, até agora. Expoente da extrema direita na Europa, ela vem apoiando medidas para endurecer sentenças e seu governo aprovou, no início de junho, um decreto abrangente sobre segurança que prolonga penas de prisão, acrescenta catorze novos crimes e restringe alternativas ao encarceramento — enviando mais pessoas para um sistema já em crise.

A lei, num de seus pontos mais controversos, também coloca manifestantes na mira ao taxar de crimes táticas de protesto como bloqueios de estradas e ocupações, reforçando o controle do Estado sobre críticos.

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Meloni descreveu a nova lei como um passo em direção à segurança pública que protegeria as pessoas mais vulneráveis da sociedade. “Estamos agindo com determinação contra ocupações ilegais, acelerando os despejos e protegendo as famílias, os idosos e os proprietários honestos”, disse ela.

Não está claro como a proposta de prisão domiciliar e liberdade condicional para detentos que cumprem penas leves vai conversar com o decreto aprovado em junho.

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