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Japão instalará sistema antimíssil dos EUA em seu território

Após testes com mísseis e ameaças da Coreia do Norte, o país planeja comprar um escudo para proteger o arquipélago

Por Da redação
Atualizado em 20 dez 2017, 12h50 - Publicado em 19 dez 2017, 16h20
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  • O governo do Japão aprovou nesta terça-feira a instalação do sistema de defesa antimísseis americano Aegis Ashore no arquipélago. O objetivo é se preparar para um eventual ataque de mísseis balísticos procedente da Coreia do Norte.

    Tóquio prevê que o sistema fique em dois pontos distintos para cobrir todo o seu território. As baterias, dotadas de potentes radares, completarão os meios defensivos antibalísticos do Japão, que já contam com mísseis interceptores mar-ar SM-3 e mísseis terra-ar Patriot PAC-3, também de tecnologia americana.

    “Os navios devem retornar às suas bases regularmente, mas com uma instalação terrestre seremos capazes de operar quase 24 horas por dia, sete dias por semana”, destacou um funcionário do ministério da Defesa.

    Mas a instalação do Aegis Ashore exigirá anos e a previsão é que comece a funcionar só em 2023. Além disso, será preciso assinar um contrato de compra com os Estados Unidos, com um custo de instalação de cada sistema avaliado em 100 bilhões de ienes (2,9 bilhões de reais).

    No sábado, o jornal econômico Nikkei informou que o governo japonês calculou um orçamento de defesa recorde de 5,2 trilhões de ienes (151 bilhões de reais) para o próximo exercício fiscal 2018/2019, principalmente para financiar a instalação do sistema Aegis Ashore. O ministro japonês da Defesa, Itsunori Onodera, declarou recentemente que o país também prevê comprar dos Estados Unidos mísseis de cruzeiro com 900 km de alcance, capazes de atingir a Coreia do Norte.

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    Ameaça norte-coreana

    Uma decisão nesse sentido seria polêmica, pois a Constituição do Japão, pacifista, proíbe o uso da força para solucionar disputas internacionais. Mas o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, não esconde a intenção de revisar a Constituição para ampliar a margem de manobra das forças japonesas de autodefesa.

    “Ao mesmo tempo que conservamos nossa política unicamente centrada na defesa como princípio básico, vou examinar quais deveriam ser realmente nossas capacidades diante da grave realidade que o Japão enfrenta”, afirmou Abe.

    Dois mísseis norte-coreanos sobrevoaram o território japonês neste ano e Pyongyang ameaçou “liquidar” o arquipélago japonês. No fim de novembro, o regime norte-coreano testou um novo míssil balístico intercontinental (ICBM) que caiu no mar do Japão.

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    Abe rebateu os temores dos que acreditam que impor muitas sanções à Coreia do Norte poderia provocar uma reação violenta de Pyongyang, o contrário do efeito desejado. “Pensar assim dá o máximo poder de barganha à Coreia do Norte. O importante é não ceder ao seu blefe”, insistiu.

    O premiê disse que as sanções da ONU começam a pesar sobre o regime e que é necessário manter a pressão até que Pyongyang peça para negociar. “O papel da China é extremamente importante para resolver a crise norte-coreana”, completou Abe.

    (com AFP)

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