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Japão oferece 1 milhão de ienes por criança a famílias que deixem Tóquio

Governo japonês pretende atrair pessoas para áreas 'fora de moda', onde populações envelhecidas e em declínio deixam o futuro incerto

Por Da Redação
Atualizado em 3 jan 2023, 10h43 - Publicado em 3 jan 2023, 10h38
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  • O governo do Japão anunciou nesta terça-feira, 3, que vai passar a oferecer 1 milhão de ienes (mais de R$ 40 mil) por criança para famílias que se mudarem da grande Tóquio, na tentativa de reverter o declínio populacional em suas províncias.

    O incentivo – um aumento dramático em relação à taxa de realocação anterior de 300 mil ienes – será introduzido em abril, de acordo com relatos da mídia japonesa, como parte de uma política oficial para dar vida a cidades e vilarejos onde as populações estão em declínio.

    Embora a população de Tóquio tenha caído pela primeira vez no ano passado – uma tendência parcialmente atribuída à pandemia de coronavírus – o governo acredita que é preciso diminuir a densidade populacional da cidade e incentivar a emigração para províncias “fora de moda” do país, afetadas pelo envelhecimento e redução da população, bem como pela migração de jovens para Tóquio, Osaka e outras grandes cidades.

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    O pagamento, que se soma a um apoio financeiro já disponibilizado pelas autoridades de até 3 milhões de ienes, será oferecido a famílias que vivem nas 23 alas “centrais” de Tóquio e nas prefeituras vizinhas de Saitama, Chiba e Kanagawa. Ou seja, uma família com dois filhos poderá receber até 5 milhões de ienes (mais de R$ 200 mil) pela mudança – metade do dinheiro virá do governo central e a outra metade dos municípios locais, disse a agência de notícias Kyodo.

    Para receber os benefícios, as famílias devem se mudar para fora da área metropolitana de Tóquio. Cerca de 1.300 municípios, ou 80% do total, aderiram ao esquema. Sua esperança é aproveitar a mudança de perspectiva da população de grandes cidades em relação à qualidade de vida, que ganhou força durante a pandemia, especialmente devido aos benefícios do trabalho remoto.

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    No entanto, as famílias que aderirem ao programa precisarão morar em suas novas casas por pelo menos cinco anos antes de receber o benefício, e um membro da família precisa estar empregado ou planejando abrir um novo negócio. Quem voltar a Tóquio antes de cinco anos terá que devolver o dinheiro.

    O esquema ainda luta para captar adeptos desde que foi lançado, três anos atrás. Em 2021, 1.184 famílias foram beneficiadas – o ano em que o teletrabalho se tornou mais comum –, alta significativa em comparação com 71 em 2019 e 290 em 2020, disse o jornal japonês Nikkei. O governo espera que 10.000 pessoas tenham se mudado de Tóquio para áreas rurais até 2027.

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    Para atrair novos residentes, as cidades e vilas vazias do Japão destacam os encantos da vida rural, o fácil acesso a creches e, no caso da vila de Otari, na província de Nagano, até a disponibilidade de homens solteiros para casamento.

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    O esforço do governo não é à toa. A população da terceira maior economia do mundo sofreu uma queda recorde de 644.000 em 2020-21, segundo dados oficiais. Espera-se que caia de seus atuais 125 milhões para estimados 88 milhões em 2065 – equivalente a um declínio de 30% em apenas 45 anos.

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    Enquanto o número de pessoas com mais de 65 anos continua a crescer, a taxa de natalidade permanece teimosamente baixa, a 1,3 filhos por mulher – bem abaixo dos 2,1 necessários para sustentar o tamanho atual da população. Em 2021, o número de nascimentos totalizou 811.604, o menor desde que os registros começaram em 1899. Em contraste, o número de centenários bateu mais de 90.500 – em comparação com apenas 153 em 1963.

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