O parlamento do Japão reelegeu nesta segunda-feira, 11, o primeiro-ministro Shigeru Ishiba, depois que sua coalizão conservadora perdeu a maioria no parlamento em uma derrota histórica nas eleições nacionais do mês passado.
Ishiba, membro do Partido Liberal Democrata (PLD), recebeu 221 votos dos membros da Câmara Baixa do Parlamento. Seu rival, Yoshihiko Noda, líder do Partido Democrático Constitucional (PDC) e uma das principais vozes da oposição, ganhou 160.
Como nenhum candidato alcançou a maioria no primeiro turno, a Câmara precisou organizar um segundo turno para decidir entre os dois mais votados, o que não acontecia há 30 anos.
Ex-ministro da Defesa, Ishiba assumiu o cargo de primeiro-ministro em 1º de outubro, após a renúncia de Fumio Kishida em meio a uma série de escândalos envolvendo o PLD. Conhecido por ser um crítico dentro da própria legenda, o premiê se posiciona na ala mais progressista de seu partido.
Parlamento dividido
O PLD, hoje liderado por Ishiba, e seu parceiro de coalizão, o Komeito, conquistaram 209 cadeiras na Câmara Baixa do Parlamento nas eleições de outubro, 24 a menos que o mínimo necessário para assegurar a maioria.
Foi o pior desempenho da coalizão desde 2009, refletindo a insatisfação dos eleitores em relação ao aumento do custo de vida, à inflação e a um escândalo de financiamento de campanha envolvendo o PLD. O grande vencedor do pleito foi o Partido Democrático Constitucional, com 148 assentos no parlamento.
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Como líder de um governo minoritário, Ishiba enfrenta o desafio de ter que negociar com a oposição, com objetivo de conseguir o apoio necessário para aprovar quaisquer projetos de lei ou orçamentos futuros.
O cenário ameaça a estabilidade política do Japão, que já enfrenta desafios econômicos e tensões crescentes no Leste Asiático, em especial devido às ameaças bélicas e tecnológicas da China e da Coreia do Norte.