Japão usa forças armadas para combater inundações causadas por tufão
Passagem do tufão Hagibis deixou, até o momento, 30 mortos e 15 desaparecidos
O Japão enviou dezenas de milhares de soldados e equipes de resgate no domingo para resgatar moradores isolados e combater as inundações causadas por um dos piores tufões que atingiram o país na história recente.
Pelo menos 30 pessoas foram mortas na passagem do tufão Hagibis, que deixou várias cidades debaixo d’água, disse a emissora pública NHK. Outras 15 pessoas desapareceram. A tempestade ainda paralisou Tóquio no sábado e despejou níveis recordes de chuva no Japão. Cerca de 100.000 casas ficaram sem energia.
Os esforços de resgate foram prejudicados depois que mais de vinte rios no centro e nordeste do Japão estouraram suas margens e dezenas de outras transbordaram. Centros de evacuação ficaram lotados de moradores, enquanto algumas pessoas morreram procurando abrigo. A cidade de Nagano foi uma das mais afetadas. Ali, o rio Chikuma transbordou. Moradores tiveram que ser resgatados de suas casas por helicópteros.
Kiyokazu Shimokawa, 71, falando em um centro de evacuação, disse que esperou a noite toda com sua esposa e mãe até que eles finalmente fossem resgatados por volta das 15h de domingo (hora local, 3h em Brasília). “Cometi o erro de imaginar que, enquanto estivéssemos no segundo andar da casa, ficaríamos bem”, disse ele à Reuters. “Quando percebemos que talvez devêssemos evacuar, já era tarde demais – a água subiu muito rapidamente”.
Rie Hasegawa, uma mulher de 30 anos, disse que nunca imaginou que sua cidade sem litoral seria inundada. “A força da água era incrível. Estava escuro, assustador e pensei que poderia ser o fim”, disse ela.
O tufão Hagibis, que significa “velocidade” no tagal das Filipinas, atingiu a principal ilha japonesa de Honshu no sábado à noite e seguiu para o mar no domingo.
A tempestade afundou um cargueiro panamenho ancorado perto de Tóquio. O navio afundado foi localizado no domingo. Um jornal informou que pelo menos cinco dos 12 tripulantes estavam mortos e três estavam desaparecidos.
O primeiro-ministro Shinzo Abe fez uma reunião ministerial de emergência e enviou o ministro encarregado da gestão de desastres às áreas afetadas. O governo também criou uma força-tarefa para lidar com os danos.
“O governo fará tudo o que estiver ao seu alcance para cooperar com agências e operadores relevantes que trabalham para restaurar os serviços o mais rápido possível”, afirmou o primeiro-ministro.
As restrições de aterrissagem nos aeroportos de Narita e Haneda, em Tóquio, foram suspensas, mas mais de 800 voos foram cancelados durante o dia. Alguns serviços de trem-bala de Shinkansen para as áreas mais atingidas também foram interrompidos.