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Joe Biden: “Isso não é um protesto, é insurreição”

Biden se pronunciou sobre invasão de apoiadores de Trump ao Congresso; republicano pediu que manifestantes 'fossem para casa' e reforçou tese de fraude

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 jan 2021, 18h54 - Publicado em 6 jan 2021, 18h30

Em pronunciamento na sua cidade de Wilmington, no estado americano de Delaware, o presidente eleito Joe Biden condenou a invasão do Congresso dos Estados Unidos por apoiadores de Donald Trump e convocou o republicano a posicionar-se contra o que chamou de “insurreição”.

“Isso é desordem, é o caos e precisa acabar”, disse Biden. “Peço a essa horda que pare. Isso não é um protesto, é uma insurreição”, completou.

A Casa de Representantes (baixa) e o Senado conduziam uma sessão para certificar a vitória do democrata no pleito de novembro. Contudo, o legislativo entrou em recesso depois que manifestantes interromperam o processo, enfrentando a polícia e invadindo o plenário.

Milhares de manifestantes estão no local, defendendo os argumentos do atual presidente de que a eleição foi fraudulenta.

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Uma mulher foi baleada dentro do plenário por um agente de segurança, sendo atingida no ombro, e já foi retirada do local. Policiais também foram feridos, segundo repórteres no local.

“Estou chocado e triste por nossa nação, que sempre foi um farol da democracia, ter chegado a esse ponto”, disse Biden. Ele acrescentou que não estava preocupado com sua segurança no dia da posse, só queria que a violência tivesse fim: “Basta”.

O democrata pediu que Trump se manifestasse em rede nacional para conclamar que seus seguidores saíssem do Capitólio. O presidente tuitou mais cedo pedindo por manifestações “pacíficas” – depois de semanas incitando eleitores republicanos a comparecerem em peso aos protestos para contestar o processo democrático.

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“As palavras do presidente importam. Podem inspirar e, na pior das hipóteses, podem incitar”, disse Biden. “Peço a Trump que vá à televisão nacional para demandar um fim a esse cerco.”

Minutos depois, Donald Trump fez um curto pronunciamento pedindo que seus apoiadores fossem “para casa”, sem deixar de reforçar suas alegações falsas de fraude eleitoral.

“Vocês precisam ir para casa. Não quero ninguém ferido”, disse Trump. “Sei que essa situação nunca aconteceu. Essa eleição foi tomada de mim, de vocês. Todos sabem que ganhei por uma grande margem. Mas não podemos nos submeter ao que eles querem, precisamos de paz. Sei como vocês se sentem, mas vocês precisam ir para casa em paz”, completou.

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Não há previsão para retorno da sessão do Congresso, que permitirá a posse de Joe Biden no dia 20 de janeiro. Devido ao caos, a prefeita de Washington, a democrata Muriel Bowser, ordenou um toque de recolher em toda a cidade. Será proibido circular nas ruas a partir das 18h locais (20h no horário de Brasília). A medida permanecerá em vigor até as 6h da quinta-feira, 7.

Em seu discurso, Biden afirmou que o trabalho para os próximos quatro anos será focado na “restauração da democracia e da simples decência”. O democrata agora também poderá contar com um Congresso que apoia suas políticas, já que as últimas disputas para o Senado concederam maioria ao Partido Democrata.

Ele citou um discurso do 16º presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln: “Devemos salvar nobremente, ou maldosamente perder, a última melhor esperança da terra. Outros meios podem ter sucesso; isso não poderia falhar. O caminho é simples, pacífico, generoso, justo – um caminho que, se seguido, o mundo sempre aplaudirá e Deus deve abençoar para sempre.”

“Os Estados Unidos são muito melhores do que o que estamos vendo hoje”, completou.

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