Os ministros das Relações Exteriores de Jordânia, Egito e Iraque condenaram nesta quarta-feira, 25, a “agressão israelense no Líbano” e alertaram que Israel está empurrando toda a região para uma “guerra total”. Os chanceleres se encontraram às margens da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, onde instaram a comunidade internacional e o Conselho de Segurança a “assumirem responsabilidades para encerrar a guerra”.
“Israel tem responsabilidade completa por esta deterioração, que terá consequências sérias para toda a região”, disseram em comunicado conjunto. Segundo eles, parar a “perigosa escalada em andamento” no Oriente Médio “começa com parar a agressão israelense em Gaza”.
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Durante fala de abertura na ONU, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se manifestou sobre as hostilidades no Oriente Médio, afirmando que o conflito em Gaza agora se expande “perigosamente” para o Líbano.
“O que começou como uma ação de fanáticos contra civis israelenses inocentes tornou-se uma punição coletiva de todo o povo palestino. São mais de 40 mil vítimas fatais, em sua maioria mulheres e crianças. O direito de defesa se tornou em direito de vingança, que impede um acordo para liberação de reféns e adia o cessar-fogo”, declarou o mandatário.
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Retóricas ainda mais duras e até mesmo polêmicas foram adotadas durante o encontro da ONU. Em fala a líderes presentes, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, chegou a comparar o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, com o líder da Alemanha nazista, Adolf Hitler.
Na declaração, Erdogan apelou para que o premiê israelense seja preso pela morte de 41 mil palestinos, incluindo 17 mil crianças, desde o início da guerra contra o grupo palestino radical Hamas, em outubro do ano passado. Ele defendeu que é “imperativo para a comunidade internacional desenvolver um mecanismo de proteção aos palestinos”.
“Assim como Hitler foi detido pela aliança da humanidade há 70 anos, Netanyahu e sua rede de assassinatos também devem ser detidos pela aliança da humanidade”, disse ele, que também criticou a ONU por ter se tornado uma “uma estrutura disfuncional”. Estima-se que 6 milhões de judeus tenham sido mortos pelo regime nazista.
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Após quase um ano de guerra contra o Hamas em Gaza, Israel mudou seu foco para a fronteira norte. Cerca de 60 mil pessoas foram retiradas da área próxima à divisa com o Líbano nos dias após os ataques do grupo palestino, em 7 de outubro do ano passado, já que o Hezbollah iniciou ataques pontuais em solidariedade à facção aliada. A população foi impedida de retornar a suas casas desde então, devido às constantes trocas de tiros entre as forças israelenses e a milícia libanesa.
A tensão na fronteira aumentou exponencialmente na semana passada, quando milhares de pagers e walkie-talkies usados pelos membros do Hezbollah explodiram. Essa operação matou 42 pessoas e feriu mais de 4 mil. A sabotagem foi atribuída a Israel, mas o país não confirmou nem negou a autoria do ataque.