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Jornalista acusado de envolvimento em apagão é solto na Venezuela

Luis Carlos Díaz havia sido preso no final da tarde de segunda-feira

Por AFP Atualizado em 13 mar 2019, 19h42 - Publicado em 13 mar 2019, 02h24

O jornalista e ativista venezuelano de direitos humanos Luis Carlos Díaz foi solto nesta terça-feira em Caracas, após ser detido na véspera por agentes de Inteligência por seu suposto envolvimento no apagão que atinge o país.

Díaz, a quem o partido no poder vincula a suposta sabotagem que provocou o apagão generalizado da última quinta-feira, será denunciado por “instigação ao crime”.

“Saiu da sede do Sebin (…) o jornalista Luis Carlos Díaz”, informou no Twitter o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa (SNTP).

Um vídeo na internet mostra o comunicador saindo de El Helicoide, a sede do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), em Caracas, acompanhado da mulher e de advogados.

Díaz foi preso no fim da tarde de segunda-feira, e na madrugada de terça foi levado por membros do Sebin para uma revista em sua casa. Durante a busca, que durou cerca de duas horas, os agentes confiscaram computadores, memória eletrônica, celulares e dinheiro.

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O jornalista, um severo crítico do governo de Nicolás Maduro, é muito ativo e reconhecido nas redes sociais.

O programa de televisão do oficialista Diosdado Cabello Diaz ligou Díaz ao apagão através de um vídeo com declarações do radialista antes da queda de energia, em que cita casos de apagões em outros países que incentivaram rebeliões contra governos.

Seu caso ocorre depois que, em 7 de março, o jornalista americano Cody Weddle foi detido por doze horas por agentes militares de contraespionagem e deportado para seu país.

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A ONG Espacio Público, que defende a liberdade de expressão, registrou cerca de cinquenta prisões de trabalhadores da imprensa na Venezuela em 2019: 27 em fevereiro e 12 em janeiro.

Além disso, observou que o jornalista alemão Billy Six ainda é mantido na sede do Sebin, em El Helicoide, desde 17 de novembro.

Duas semanas atrás, as duas maiores redes hispânicas nos Estados Unidos, Univision e Telemundo, denunciaram “detenção” e “sequestro” no exercício da profissão em Caracas após a prisão por algumas horas de Jorge Ramos, da Univisión, e de Daniel Garrido, jornalista venezuelano da Telemundo.

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