O líder opositor venezuelano Juan Guaidó foi agredido e expulso de um restaurante por um grupo de pessoas neste sábado, 11, no estado de Cojedes, na Venezuela. Vídeos do tumulto mostram cadeiras de plástico e outros objetos sendo arremessados em direção ao político venezuelano, que sofreu fortes empurrões e ofensas do grupo que o atacou.
Segundo o jornal El Universal, Guaidó estava com integrantes de seu partido, o Voluntad Popular, durante uma visita à cidade de San Carlos quando moradores invadiram o local e forçaram sua saída. Um vídeo gravado fora do restaurante mostra que ele foi levado às pressas em direção a um carro, enquanto cadeiras eram jogadas contra o veículo e em direção ao grupo que o acompanhava.
ATENCIÓN | Fuerte escrache a @jguaido mientras estaba en un restaurante con miembros de su partido: lo sacaron a empujones. Créditos al autor. pic.twitter.com/AnUVzL2qiv
— Érika Ortega Sanoja (@ErikaOSanoja) June 11, 2022
Mais cedo, ele havia publicado em suas redes sociais imagens de uma visita ao estado de Cojedes. As imagens divulgadas por Guaidó antes do tumulto o mostram cercado de apoiadores, vestidos com camisetas e bonés do partido, caminhando pelas ruas e cumprimentando pessoas. Até as 19h20, no horário de Brasília, ele não havia se pronunciado sobre as agressões.
“Cojedes é uma terra que enfrentou e derrotou a ditadura”, escreveu Guaidó em sua conta oficial no Twitter. “Hoje viemos buscá-lo (o estado) para consolidar a unidade, ferramenta que tem sido eficaz ao longo desta luta para desafiar e vencer um regime que quer nos acostumar à tragédia.”
Guaidó se autoproclamou presidente interino da Venezuela em janeiro de 2019. Ele presidia a Assembleia Nacional do país, que não reconheceu a legitimidade dos resultados de uma eleição no ano anterior que deu vitória a Nicolás Maduro para um segundo mandato. O opositor chegou a ser reconhecido como presidente interino por quase 60 países, entre eles Brasil, Estados Unidos e a maioria dos Estados-membros da União Europeia. Alguns chegaram a permitir que ele nomeasse embaixadores, ocupando instalações diplomáticas da Venezuela. Mas o Guaidó nunca assumiu de fato o poder no país, que segue governado por Maduro.