O juiz de Nova York, Juan Merchan, adiou nesta terça-feira, 12, a decisão de anular ou emitir a sentença das 34 acusações contra Donald Trump no caso de suborno à ex-atriz pornô Stormy Daniels. O presidente eleito dos Estados Unidos foi condenado em maio deste ano por um esquema de maquiagem financeira para ocultar pagamentos feitos a Daniels para que ela permanecesse em silêncio durante as eleições de 2016 sobre um affair que tiveram em 2006.
“O povo concorda que essas são circunstâncias sem precedentes e os argumentos levantados pelo advogado de defesa em correspondência ao Povo na sexta-feira exigem consideração cuidadosa para garantir que quaisquer etapas adicionais neste processo equilibrem adequadamente os interesses conflitantes de (1) um veredicto de culpa do júri após um julgamento que tem a presunção de regularidade; e (2) o Gabinete do Presidente”, escreveu o promotor Matthew Colangelo.
Após negociações, Merchan passou a data do veredito para 19 de novembro, próxima terça-feira. A mudança de planos teria ocorrido para dar mais tempo aos advogados de Trump e à promotoria para organizarem argumentos sobre como o resultado das eleições impactam o caso. O juiz também avaliará como a decisão da Suprema Corte dos EUA sobre imunidade presidencial afetam a sentença.
O pleito, realizado na última terça-feira, marcou a vitória esmagadora do empresário contra a vice-presidente Kamala Harris. Ao contrário do que previam as pesquisas, o republicano alcançou a linha de chegada com folga, somando 312 delegados, contra 226 da candidata democrata, dos 270 necessários para vencer.
+ O que acontece com processos contra Trump após retorno à Casa Branca?
Futuro dos casos
Em meio à vitória de Trump, a divulgação da sentença para sua condenação em Nova York parece incerta, assim como o futuro dos outros processos. No início do ano, o ex-presidente enfrentava 91 acusações em quatro ações judiciais, incluindo o suborno a Daniels, interferência em eleições federais, retenção de documentos sigilosos e interferência eleitoral no condado de Fulton.
Na semana passada, a emissora americana CNN afirmou que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos negocia o arquivamento dos casos federais contra o agora presidente eleito. As disputas legais sobre o trabalho da promotora do condado de Fulton, Fani Willis, que esteve em um relacionamento com outro promotor escolhido por ela para liderar a acusação, também atrapalham a continuidade dos julgamentos na Georgia.
Além disso, em julho deste ano, a juíza federal Aileen Cannon, nomeada por Trump, rejeitou as acusações contra ele sobre a retenção de documentos confidenciais após sair da Casa Branca. No mesmo mês, a Suprema Corte dos Estados Unidos deu outro aceno favorável a Trump.
A maioria conservadora do tribunal superior concluiu que presidentes americanos devem receber algum grau de imunidade contra processos judiciais por ações oficiais que se estendessem ao “perímetro exterior” de seu gabinete. Mas ele ainda pode enfrentar acusações no âmbito pessoal.