O juiz federal Victor Marrero, do distrito sul de Nova York, recusou nesta quinta-feira, 20, os argumentos apresentados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para não entregar seus documentos de declaração de imposto de renda ao procurador-geral do distrito, Cyrus Vance.
Em texto, Trump havia classificado como “assédio ilegal” e “excesso” a decisão de Vance de solicitar à empresa de contabilidade do presidente as declarações de imposto de renda. O republicano é investigado por usar recursos da campanha eleitoral de 2016 para pagar o silêncio de duas ex-amantes.
Marrero disse que não podia “provar mecanicamente” os argumentos do presidente de que a intimação era “excessivamente onerosa e motivada por má-fé”, e argumentou que a explicação de Trump buscava “imunidade absoluta pela porta dos fundos”. O magistrado ainda criticou a defesa do presidente, cuja equipe jurídica argumentou que mesmo que este ou qualquer outro presidente cometesse um crime à vista de todos estaria “protegido” de investigações policiais e judiciais até o fim do mandato.
Segundo os advogados de Trump, durante esse tempo “as autoridades não poderiam fazer nada” para perseguir qualquer crime. No entanto, o juiz federal observou que esta linha de defesa e estas noções são “sem precedentes” e que os argumentos são “perigosos para o Estado de direito e outros princípios constitucionais fundamentais nos quais este país se baseia”.
Marrero rejeitou as alegações, impedindo Donald Trump de apresentar novos argumentos ao Tribunal sobre a razão pela qual a intimação não deveria ser executada.
Vance e Trump travam uma batalha judicial há quase um ano sobre o acesso da Promotoria às declarações de imposto de renda do republicano. Os promotores querem ver se há provas de “transações potencialmente impróprias”, mas o presidente tenta evitar a divulgação dos documentos.