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Juiz rejeita processo de Trump contra o ‘NYT’: ‘Tribunal não é palanque para invectivas’

Magistrado diz que alegação de difamação 'não ficou clara' na queixa, em que presidente dos EUA pede indenização de R$ 80 bilhões do jornal

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 19 set 2025, 15h07

Um juiz federal da Flórida rejeitou nesta sexta-feira, 19, um processo aberto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o jornal The New York Times, classificando a queixa como “imprópria e inadmissível” em sua forma atual. Na mais recente da série de ações judiciais contra a imprensa americana, o ocupante da Casa Branca acusava o veículo de difamação, alegando que tinha virado um “porta-voz” do Partido Democrata, e pediu indenização de US$ 15 bilhões (quase R$ 80 bilhões).

Steven Merryday, juiz do Tribunal Distrital para o Distrito Central da Flórida, concedeu aos advogados de Trump 28 dias para apresentarem uma queixa alterada. Por ora, segundo o magistrado, a queixa de 85 páginas do presidente era desnecessariamente longa e digressiva. Ele criticou os advogados de Trump por esperarem até a página 80 para apresentar uma alegação formal de difamação e por incluírem, antes dela, dezenas de páginas “floridas e enervantes” elogiando o presidente e enumerando uma série de reclamações.

“Uma queixa não é um palanque público para vitupérios e invectivas. Não é uma plataforma protegida para se enfurecer contra um adversário”, escreveu Merryday, que foi indicado ao cargo pelo então presidente George H.W. Bush, limitando o processo revisado a apenas 40 páginas.

Na semana passada, o NYT já tinha dito que recebeu da Casa Branca ameaças de processo — depois do jornal publicar reportagens que atribuíram a Trump a autoria de um antigo bilhete de aniversário (com o desenho de uma mulher nua e frases sugestivas) endereçado a Jeffrey Epstein, o financista condenado por coordenar uma rede de exploração sexual de garotas, muitas delas menores de idade. O bilhete tem a assinatura do presidente dos Estados Unidos, mas ele negou tê-lo escrito.

Em julho, Trump abriu uma ação judicial contra outro grande jornal americano, o Wall Street Journal, e seu proprietário, Rupert Murdoch, após a notícia sobre a existência do bilhete. Mirar agora no NYT é a mais recente demonstração de que o presidente aposta as fichas na estratégia de recorrer à Justiça contra a mídia. Já foram alvos a emissora ABC News e seu âncora, George Stephanopoulos, bem como a Paramount, por causa de uma entrevista com a ex-vice-presidente Kamala Harris no programa 60 Minutes. Ambos os casos foram encerrados com acordos em que os veículos pagaram US$ 15 milhões e US$ 16 milhões, respectivamente. A ação contra o Wall Street Journal continua em andamento.

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As acusações

O processo aberto no tribunal da Flórida cita várias reportagens e um livro escritos por dois jornalistas do NYT e publicados antes das eleições de 2024. “O Times traiu os ideais jornalísticos de honestidade, objetividade e precisão que antes professava”, afirma a ação, acusando também o veículo de ser “um importante e implacável fornecedor de mentiras contra o presidente Trump”.

O processo acusa o jornal, bem como outros “veículos da mídia tradicional”, de cometer interferência eleitoral. Uma das evidências seria a decisão do NYT de apoiar a democrata Kamala Harris na última corrida presidencial. Apesar de, nos Estados Unidos, ser comum que jornais e emissoras declarem apoio aberto a um ou outro candidato, a iniciativa do NYT veio enquanto uma série de grandes veículos de comunicação tomaram a incomum atitude de se recusarem a apoiar um candidato na disputa.

O Washington Post, de propriedade do fundador da Amazon, Jeff Bezos, por exemplo, optou por não apoiar nenhum candidato. A decisão foi criticada por alguns como uma tentativa de apaziguar Trump e gerou uma reação negativa entre assinantes e funcionários do Post.

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Em uma publicação em sua rede social, a Truth Social, Trump denunciou o NYT como “um dos piores e mais degenerados jornais da história do nosso país, tornando-se virtualmente um ‘porta-voz’ do Partido Democrata da esquerda radical”.

O processo cita artigos do jornal baseados no livro “Lucky Loser: How Donald Trump Squandered His Father’s Fortune and Created the Illusion of Success” (“Perdedor sortudo: como Donald Trump desperdiçou a fortuna de seu pai e criou a ilusão de sucesso”, em tradução livre), um livro dos repórteres Susanne Craig e Russ Buettner.

A equipe de Trump já havia entrado com um processo por difamação contra o NYT devido a um artigo de opinião relacionado à interferência russa nas eleições americanas de 2016. Posteriormente, o processo foi arquivado como “discurso protegido”.

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